MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Cúpula da Amazônia e a missão de conservar a maior floresta tropical do planeta

 


Nos próximos dias, Belém será palco para debates sobre o futuro da Amazônia. O momento é uma oportunidade para que os países da região assumam compromissos mais efetivos e de implementação imediata, que permitam adotar estratégias de desmatamento zero e evitar o ponto de não retorno

Autoridades do Brasil, América Latina, Caribe, Europa e Ásia estarão na capital paraense para discutir os caminhos e futuro para a Amazônia e o papel das florestas para a humanidade.

Entre 4 e 6 de agosto, a cidade receberá os Diálogos Amazônicos, espaço aberto a sociedade civil, empresas e atores não governamentais. Nos dias 8 e 9 de agosto, presidentes dos países amazônicos estarão reunidos para ouvir os resultados desses diálogos e elaborar a “Declaração de Belém”, que deve sinalizar compromissos e caminhos para conservação da maior floresta tropical do mundo contemplando a ambição na transição para uma economia mais justa na Amazônia; enfrentamento do “tipping point” (ponto de não retorno do bioma); buscando metas comuns e uma visão integrada entre os países rumo ao desmatamento zero até 2030; e o fortalecimento dos direitos dos povos e comunidades indígenas e tradicionais. O texto também servirá de base para a proposta que o Brasil pretende levar à COP28, no final do ano, nos Emirados Árabes.

 


Figura 1: Crédito Daniel Govino/Acervo TNC Brasil

De acordo com a diretora para Políticas Públicas e Relações Governamentais da TNC Brasil, Karen Oliveira “as negociações para o posicionamento final da Cúpula estão estruturadas nos seguintes eixos: participação social, erradicação do trabalho escravo, saúde, soberania, segurança alimentar e nutricional, ciência e tecnologia, transição energética, mudança do clima e a proteção aos povos indígenas e tradicionais da região. Tudo isto dentro de uma perspectiva de respeito aos direitos humanos, combate a qualquer tipo de discriminação, abordagens intercultural e intergeracional, e soberania nacional. Este arranjo demonstra como os problemas na região amazônica são complexos, necessitando de uma visão integrada para a construção de soluções duradouras”.

Na agenda da Cúpula, estão os desafios e oportunidades que são compartilhados entre os países amazônicos, como combate ao desmatamento, restauração, biodiversidade, bioeconomia, mecanismos financeiros, mercados de carbono, transição energética, fortalecimento dos povos indígenas e comunidades tradicionais, entre outros. O encontro é também uma oportunidade para a região obter um maior apoio da comunidade internacional e para que o Brasil comece a se preparar para a primeira COP amazônica que, em 2025, irá sediar a COP30 em Belém, no Pará.

 Bioeconomia e Biodiversidade

A corrida para salvar a biodiversidade do planeta é tão urgente quanto a crise climática. De acordo com dados da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, um quarto das espécies de plantas e animais está ameaçado de extinção e o Fórum Econômico Mundial calcula que mais da metade do PIB global depende da natureza.

“O Brasil, um dos países mais biodiversos do planeta, tem a responsabilidade de puxar essa agenda. A perda de biodiversidade é perda de floresta, de habitat de espécies e isso agrava o quadro climático global e pode inviabilizar a meta de manter o aquecimento do planeta em até 1,5ºC até o fim do século”, explica a diretora executiva da TNC Brasil, Frineia Rezende.

Ainda segundo a executiva, essa agenda é de extrema importância para os povos Indígenas, Ribeirinhos e Quilombolas, que são os guardiões das florestas. Segundo estudo recente publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, os Povos indígenas são 5% da população mundial e protegem cerca de 85% da biodiversidade do planeta.

E não se trata apenas de proteger a natureza, mas também de gerar desenvolvimento econômico. De acordo com um estudo realizado pela TNC em parceria com o BID e Natura e que analisou 30 produtos da sociobiodiversidade paraense mostra que, com políticas públicas adequadas e inclusão, o PIB dessas cadeias poderia pode chegar a 170 bilhões de reais em 2040. Esse é o potencial da sociobioeconomia em apenas um dos estados da Amazônia brasileira.

Segundo a gerente adjunta para Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais da TNC Brasil, Juliana Simões, “por abrigar a maior parte da Floresta Amazônica (58%), o Brasil pode ser protagonista na implementação dessa agenda, com ações que estimulem a produção e os negócios sustentáveis na floresta, promovendo assistência técnica específica, valorizando o conhecimento e a cultura dos povos indígenas e comunidades tradicionais, contribuindo para a inovação e verticalização das cadeias produtivas da sociobiodiversidade, agregando tecnologia, valor e melhorando a renda do campo”.

Essas são algumas das principais agendas que a The Nature Conservancy (TNC) Brasil irá promover durante a Cúpula da Amazônia.

Porta-vozes

Os porta-vozes da TNC Brasil estão à disposição para conversar com jornalistas sobre assuntos relacionados à Cúpula, em especial: agricultura regenerativa, bioeconomia, o papel das empresas e subsídios governamentais e financiamento da biodiversidade.


Frineia Rezende, diretora executiva da TNC Brasil.

Nesta função, lidera uma equipe de mais de 150 funcionários com o objetivo de solucionar os complexos desafios de conservação da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, a partir de uma abordagem sistêmica, com foco na implementação e geração de impacto, para mitigar as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade. Fala sobre: biodiversidade, relação entre clima e biodiversidade, recursos genéticos e repartição de benefícios e Protocolo de Nagoya, metas de Aichi e compromisso 30x30.


Karen Oliveira, diretora para Políticas Públicas e Relações Governamentais da TNC BrasilNa TNC há mais de dez anos, coordena projetos de melhoria na compensação ambiental para áreas protegidas e comunidades tradicionais; a implementação de uma agenda de crescimento verde para reduzir o desmatamento no Pará; além de diversos estudos para desenvolvimento de infraestrutura sustentável na região amazônica.

Fala sobre: biodiversidade, relação entre clima e biodiversidade, financiamento ambiental, e o papel do Brasil nas agendas de clima e biodiversidade.


Hélcio de Souza, gerente para Estratégia de Povos Indígenas e comunidades tradicionais na TNC BrasilNa TNC Brasil atua desde 2004, onde também trabalhou como Especialista em Políticas Públicas para Indígenas, coordenando atividades referentes ao desenvolvimento e implementação de políticas públicas para povos indígenas, além de buscar apoio de agências de cooperação e outros organismos multilaterais para alavancar os esforços da TNC junto aos povos indígenas da Amazônia brasileira.

Fala sobre: papel dos indígenas como guardiães da floresta e sua contribuição para a resiliência, adaptação e mitigação às mudanças climáticas e proteção da biodiversidade.


Juliana Simões, vice gerente para Estratégia de Povos Indígenas e comunidades tradicionais na TNC Brasil

Bacharel em Ciências da Educação, foi Secretária de Extrativismo e Desenvolvimento Rural, no Ministério do Meio Ambiente, é colíder da Força Tarefa de Bioeconomia da Coalizão Clima, Floresta e Agricultura e trabalha na TNC como gerente adjunta da Estratégia de Povos Indígena e comunidades tradicionais.

Fala sobre: sociobioeconomia, recursos genéticos e repartição de benefícios.


Paula Caballero, Diretora Executiva para a América Latina da The Nature Conservancy (TNC)

Antes de ingressar na TNC estava como diretora executiva do programa “Lands for Life” da Rare, e antes disso ocupou diversos cargos de nível sênior, inclusive como diretora global do programa de clima do World Resource Institute, diretora sênior para recursos ambientais e naturais do Banco Mundial, no Ministério de Relações Exteriores da Colômbia e no Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. Ao longo de toda a sua carreira, ela vem demonstrando um compromisso com questões ligadas à sustentabilidade, equidade e desenvolvimento, trabalhando em estreita relação com uma ampla gama de parceiros internacionais.Fala sobre: como a TNC está trabalhando para proteger a bacia amazônica com uma visão integral de florestas, água e comunidades tradicionais. (somente inglês e espanhol)

Agenda TNC

Confira os eventos da TNC na Cúpula da Amazônia:

Inovações para assistência técnica em escala de SAF cacau no Pará, lições do Projeto Cacau Floresta

4 de agosto, das 8h às 10h

Sala 6 do Hangar - Centro de Convenções & Feiras da Amazônia

Organização: TNC, Olam, P4F, Mondelez, Humanize

Perspectivas e desafios para a restauração de paisagens e florestas em larga escala na Amazônia brasileira

4 de agosto, das 10h às 12h

Sala 6 do Hangar - Centro de Convenções & Feiras da Amazônia

Organização: WRI, Aliança e Semas

Investimentos para dar escala às sociobioeconomias da Amazônia 

4 de agosto, de 14h às 16h

Sala 12 do Hangar - Centro de Convenções & Feiras da Amazônia

Organização: TNC e Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura

O papel do setor empresarial no desenvolvimento de soluções climáticas naturais inclusivas na Pan-Amazônia

5 de agosto, de 12h às 14h,

Sala 5 do Hangar - Centro de Convenções & Feiras da Amazônia

Organização: CEBDS

Autogestionada: Soluções de governança e gestão territorial na Amazônia: Perspectivas e lideranças indígenas para a mitigação do mudanças climáticas e a conservação, restauração e manejo da floresta amazônico

5 de agosto, das 15h às 17h

Aldeia Cabana, na Assembleia dos Povos da Terra pela Amazônia

Organização: Coiab

Estratégias jurisdicionais para o desenvolvimento territorial de baixo carbono na Panamazônia

6 de agosto, das 8h30 às 10h

UFPA Universidade Federal do Pará - R. Augusto Corrêa, 01 - Guamá

Organização: CIRAD - Centro de Cooperação Internacional para Pesquisa agrícola e Desenvolvimento 

Evitando o ponto de não retorno: colocando a Amazônia no centro das metas ambientais globais e garantindo o acesso direto ao financiamento aos povos indígenas

6 de agosto, de 10h às 12h

Plenária A do Hangar - Centro de Convenções & Feiras da Amazônia

Organização: AVAAZ

  

As contribuições da Restauração para o desenvolvimento regional amazônico

6 de agosto, das 16h às 18h

Sala 1 do Hangar - Centro de Convenções & Feiras da Amazônia

Organização: Aliança pela Restauração da Amazônia

Contribuições das Estratégias Nacionais de Biodiversidade para os Novos Modelos de Produção Sustentável na Amazônia

Dia 6 de agosto, das 14h às 16h

Sala 2 do Hangar - Centro de Convenções & Feiras da Amazônia

Organização: CEBDS, WWF e TNC

TNC

A The Nature Conservancy (TNC) é uma organização de conservação ambiental dedicada à proteção das terras e águas das quais toda a vida depende. Guiada pela ciência, a TNC cria soluções locais inovadoras para os principais desafios do mundo, de forma que a natureza e as pessoas possam prosperar juntas. No Brasil, onde atua há 35 anos, o trabalho da TNC concentra-se em solucionar os complexos desafios de conservação da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica a partir de uma abordagem sistêmica, com foco na implementação e geração de impacto, para mitigar as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade. A TNC Brasil é parte da TNC Global, organização que trabalha em 76 países, utilizando uma abordagem colaborativa, que envolve comunidades locais, governos, setor privado e a sociedade civil.

Informações para a imprensa

FSB Comunicação

Juliana Russomano

juliana.russomano@fsb.com.br

+55 11 991 570 750

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