Brazil Iron investirá aproximadamente 1,2 bilhão na construção de 120 km de ferrovia e um terminal A notícia de que a mineradora Brazil Iron solicitou
permissão ao Ministério da Infraestrutura (Minfra) para implantar um
ramal ferroviário e um terminal ferroviário privado, movimentou o setor
nesta semana. O projeto, a ser desenvolvido inteiramente com capital
privado, proporcionará o escoamento do minério de ferro produzido em
Piatã-BA, na Chapada Diamantina, de forma mais eficiente e sustentável. As
obras estão previstas para iniciar em 2022, após a autorização do
Minfra e do governo estadual, e deverão ter duração de 36 meses. Serão
implementados 120 km de linha férrea, conectados ao entroncamento da
Ferrovia Integração Oeste Leste (FIOL) com a Ferrovia Centro Atlântica
(FCA), em Brumado. A
empresa atualmente transporta a sua produção de caminhão do município
de Piatã até o estaleiro em Maragogipe, na Bahia de Todos os Santos. São
aproximadamente mil viagens, de 450km cada, para transportar 44 mil
toneladas de minério, o suficiente para dar 11 voltas no planeta Terra. “Este
projeto representa um novo estágio para a produção de minério na Bahia
sob todos os aspectos: seja na questão de extração, logística,
peletização (agregar valor à matéria-prima), mas, principalmente, do
ponto de vista de sustentabilidade e impacto econômico para o estado”,
explicou Guy Saxton, CEO da Brazil Iron. O
interesse em investir na malha ferroviária baiana mostra a importância
do modal para o desenvolvimento da mineração. Atualmente a Bahia sofre
com a inexistência ou má conservação das linhas ferroviárias já
existentes. Cenário este que irá melhorar com a conclusão da Fiol (Ferrovia
de Integração Oeste-Leste), porém ainda muito prejudicada com os
trechos da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica) que estão inoperantes. Um
relatório interno elaborado em novembro do ano passado na Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) conclui que a VLI,
concessionária da ferrovia desde 1996, concentrou 90% da sua operação em
apenas 2.341 km dos 7.094 km totais da ferrovia e vem diminuindo a cada
ano a quantidade de clientes regulares. Esses trechos incluem toda a
malha na Bahia, toda a do Rio de Janeiro e alguns trechos em Minas, São
Paulo e Goiás. Os outros 4.753 km que não interessam à VLI estariam com
manutenção inadequada ou inexistente. Atualmente
o transporte até os portos de boa parte da produção de minério de ferro
da Bahia é feito por caminhões. “Transportar de caminhão é caro,
demorado, desgasta as estradas e polui muito mais do que se fosse
transportado por trem”, defende o presidente da Companhia Baiana de
Pesquisa Mineral, Antonio Carlos Tramm. Ele
ainda ressalta a dificuldade no que se refere à logística e também
competitividade comercial da produção baiana, devido aos gastos
adicionais com transporte. “Recursos como minério de ferro se tornam
economicamente mais viáveis com a disponibilidade de uma malha
ferroviária que funcione, o que estimula a implantação de novos
empreendimentos minerários, gerando mais desenvolvimento econômico e
social para o estado da Bahia. Que venha o Trem!”, diz Tramm. Faturamento do minério de ferro baiano cresce 1.700% em 2021 A
extensão da malha ferroviária também é importante para a expansão da
produção baiana de minério de ferro. Somente este ano, dados divulgados
pela Agência Nacional de Mineração (ANM) mostram que até setembro, o
faturamento das empresas produtoras de minério de ferro na Bahia
ultrapassou os R$ 470 milhões, contra R$ 25 milhões alcançados durante
todo o ano passado, representando um crescimento de mais de 1.700% em
suas operações. A
perspectiva é que o crescimento continue nos próximos anos e seja
impulsionado com a ampliação das ferrovias. Com a nova interligação, a
Brazil Iron estima elevar a produtividade anual para cerca de 10 milhões
de toneladas, gerando mais de 25 mil novos empregos no estado. Além
disso, novas áreas com potencial para produção de minério de ferro
também seguem sendo prospectadas pela CBPM e outros empresários do setor
nos entornos dos trilhos da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste). --- Assessoria de comunicação - Ascom Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM E-mail: ascom@cbpm.ba.gov.br Site: www.cbpm.ba.gov.br Telefone: +55 (71) 3115-7513 |
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