La Misericordia, uma das alcunhas para a Plaza de Toros de Zaragoza, na Espanha, teve guerreiros ilustres, um deles se chamava Aventador. Ele era tão popular que a Lamborghini resolveu batizar, em 2011, seu mais recente supercarro. Agora o touro alfa de Sant’Agata Bolognese deixa a cena sem um substituto imediato.
A marca italiana encerrou a produção de seu topo de linha. O Aventador chegou ao mercado em 2011 para suceder o Murciélago e seguindo o mesmo conceito de engenharia de seus antepassados Diablo e Countach.
Motor V12 longitudinal posterior, transmissão transeixo, capô curto, para-brisas inclinado, portas do tipo tesoura e traseira arrebitada, quase no nível do teto. Há 50 anos, o gênio Marcello Gandini definiu essas formas, com o conceito do Countach. E desde então a linhagem mais nobre da “casa de touros” de Bolonha aperfeiçoa os genes como se fosse um criador de matrizes.
Vida longa
A “expectativa de vida” de todo Lambo V12 é longa. O Aventador viveu 10 anos, um a mais que o Murciélago, mas menos que o Diablo (11 anos ) e Countach (16 anos). Apesar de não ser o campeão da longevidade, foi o bólido com melhor performance de vendas da linhagem.
Em sua década de “touradas”, o carro registrou mais de 5 mil unidades vendidas. Um número expressivo para um supercarro feito artesanalmente. Seus antecessores emplacaram 4.099, 2.884 e 1.983 unidades, na ordem.
O V12
Quando o Aventador foi lançado. Ele estreou a versão mais furiosa dos V12 de Sant’Agata Bolognese. A unidade 6.5 litros era inédita, e não mais uma evolução do bloco do 350GT, dos anos 1960. A unidade aspirada entregava 700 cv e 69 kgfm de torque. A caixa é combinada com transmissão automatizada de sete marchas e tração integral.
Ao longo dos anos, o motor passou por ajustes e a versão mais recente, aplicado na edição de despedida Ultimate, chegou a 780 cv e 72 quilos de torque. A edição de despedida também foi a mais rápida desse Lambo. Com apenas 1.550 quilos, o Aventador Ultimate acelera de 0 a 100 km/h em 2,8 segundos e atinge máxima de 356 km/h.
Novilho
Há muito tem se dito que os motores V12 seriam extintos. Afinal, com o avanço das exigências ambientais e a eletrificação, as poucas marcas que ainda produzem motores 12 cilindros vivem numa encruzilhada para mantê-los na ativa.
Para muitos, o Aventador encerraria um ciclo. E pelo visto até parece que ele não terá um sucessor. Mas terá. E o melhor, com um V12. A Lamborghini afirma que seu próximo topo de linha está em fase final de desenvolvimento. Para manter o bloco de 12 “canecos”, a marca terá que se adequar à nova realidade do planeta.
O bólido será híbrido, combinando o V12 com uma unidade elétrica. A primeira experiência já foi colocada no mercado e se chama Centenario. Trata-se de um modelo de produção limitada criado a partir do Aventador para celebrar o centenário de nascimento de Ferruccio Lamborghini. Aquele sujeito que um dia bateu na porta da Ferrari e disse ao comendador Enzo que faria um carro melhor que o seu.
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