Petrobras assina contratos para venda de campos de exploração no Recôncavo

 

O valor da venda é de US$ 250 milhões, sendo US$ 10 milhões pagos na presente data e US$ 240 milhões no fechamento da transação

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Tribuna da Bahia, Salvador
20/12/2020 06:40 | Atualizado há 4 horas e 58 minutos

   

Foto: Agência Brasil

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Por: Cleusa Duarte

A Petrobras assinou na última quinta (17),) contrato com a Ouro Preto Energia Onshore S.A., subsidiária integral da 3R Petroleum Óleo e Gás S.A. , para a venda da totalidade de sua participação em quatorze campos terrestres de exploração e produção, denominados Polo Recôncavo, localizados no estado da Bahia. O valor da venda é de US$ 250 milhões, sendo US$ 10 milhões pagos na presente data e US$ 240 milhões no fechamento da transação. De acordo com o Sindipetro Bahia isso representa um absurdo e perdas econômicas para o Estado, além de camuflar a privatização fatiada da empresa.

Os valores da venda não consideram os ajustes devidos e o fechamento da transação está sujeito ao cumprimento de condições precedentes, tais como a aprovação pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Para o diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade, da empresa, Roberto Ardenghy, os desinvestimentos são vantajosos para a região onde fica o ativo. “A estratégia da Petrobras é desinvestir para reduzir nossa dívida e focar em ativos de classe mundial. As concessões que estamos vendendo produzirão ainda mais sob o comando das novas empresas.

Os novos compradores farão os investimentos necessários para desenvolver essas áreas, aumentando a produção e consequentemente gerando mais arrecadação de impostos e mais empregos para a população do entorno.”

Segundo Ricardo Savini, CEO da 3R, a aquisição abre o caminho para a empresa estabelecer juntamente com o Polo Rio Ventura uma operação relevante na Bacia do Recôncavo. “O ativo apresenta grande potencial de aumento no fator de recuperação e de incremento de reservas de óleo e gás. Estamos aumentando nossa atuação no Estado da Bahia.”

O Polo Recôncavo compreende os campos terrestres de Aratu, Ilha de Bimbarra, Mapele, Massui, Candeias, Cexis, Socorro, Dom João, Dom João Mar, Pariri, Socorro Extensão, São Domingos, Cambacica e Guanambi, localizados no estado da Bahia. A Petrobras é operadora com 100% de participação nessas concessões, com exceção de Cambacica e Guanambi, em que possui participação majoritária de 75% e 80%, respectivamente. A produção média do Polo Recôncavo de janeiro a novembro de 2020 foi de aproximadamente 2.145 barris de óleo por dia (bpd) e 465 mil m³/dia de gás natural.

A Petrobras informa, que essa operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos.

Sindipetro

O diretor de Comunicação do Sindipetro na Bahia, Radiovaldo Costa destaca que por uma decisão política federal “a Petrobras está sendo privatizada de forma fatiada de forma que as pessoas não percebam. Isso irá representar perdas econômicas e desempregos para o Estado e cidades afetadas. Vai arrecadar queda na arrecadação de impostos. A empresa 3R já está pedindo a redução dos Royaltiesde 10% para 5%. Os campos são antigos mas rentáveis.”

Radiovaldo também destacou que o prejuízo vai ser enorme para todo o país e toda sociedade baiana“de forma terceirizada são 500 profissionais e 60 da própria Petrobras que perdem o emprego. Esta parte vendida representa 30% da produção de Petróleo na Bahia. O Polo de Candeias foi o primeiro do Brasil, onde nasceu a Petrobras. Duas cidades fazem parte deste campo terrestre, Candeias e São Francisco do Conde.”

Também de acordo com o Sindipetro , os campos de Bálsamo (Esplanada, Cardeal da Silva e Entre Rios), Araças, Buracica (Alagoinhas), Taquipe (São Sebastião do Passé) a Unidade de processamento de Gás Natural UPGN, em Catu deverão ser vendidas no próximo ano totalizando a saída integral da Petrobras na Bahia.