Alex Pipkin, PhD
Sim, eu sei.
Evidentemente que os jovens têm sido manipulados e incitados ao limite a exercerem seu idealismo juvenil.
Da mesma forma, eu sei que a grande mídia sensacionalista estimula a culpa burguesa e a indignação emocional através de sua narrativa de opressores versus oprimidos, a fim de acirrar o racha social.
Sim, eu sei que apesar de muitos desacreditarem, pela singela observação da realidade, estamos mesmo caminhando para o socialismo, por parcelas. E embora sem a guerra violenta pregada por Marx - mas a luta não é mais oculta - se continuarmos no mesmo compasso, brevemente chegaremos a terra vermelha prometida.
O destino final é exatamente aquele do totalitarismo, da falta de liberdades, da violência e da pobreza.
Todos os incentivos têm ido de encontro ao sistema econômico capitalista - não ao clientelismo e ao capitalismo de compadrio - aquele que reduziu drasticamente a pobreza global nas últimas décadas.
Homens e mulheres da moral superior sem moral, revoltam-se contra o progresso econômico, material e social, apontando o lucro dos empresários capitalistas como imoral e responsável pelas desigualdades sociais.
Baseados em um fanatismo romântico, eles desconhecem que o lucro, além de ser a alavanca estimuladora das inovações que melhoram a vida social, envolve justamente a avaliação dos indivíduos-consumidores sobre tal contribuição e resultado para suas vidas e para o bem-estar coletivo.
Eles se esquecem de que só lucram aqueles que recebem a preferência voluntária desses consumidores.
No capitalismo de verdade, distintamente do nosso capitalismo de compadrio - somente ganha dinheiro quem cria utilidade real, tais como empreendedores que investem e correm riscos para sistematicamente trazerem novas soluções para o benefício de consumidores e de toda a sociedade.
Como eles não sabem disso? Será que falam e defendem uma coisa, mas fazem outra?
Estou confuso! Não compreendo como jovens - e adultos iludidos - podem ser ferrenhos apologistas do marxismo, aludindo revolução social, incompatibilizando-se com outras pessoas e até mesmo com familiares, por vezes chegando às raias da violência, ao mesmo tempo em que desfrutam individualmente das delícias culinárias, de roupas e de acessórios modernos e de novos serviços que só se tornaram possíveis graças aos processos inovadores inerentes ao sistema capitalista. Mal sabem eles que a inovação para Marx era o retorno ao bucólico paraíso tribal.
Não compreendo como jovens inteligentes podem cair na enfadonha retórica rubra marxista, diferentemente de adultos frustrados e ressentidos, que exalam inveja e rancor do sucesso individual dos outros, enquanto que seus fracassos individuais são sempre provocados e por culpa de outros.
Lembro sim de Churchill e de sua análise sobre o sistema "igualitário": "O socialismo é a filosofia do fracasso, a crença na ignorância, a pregação da inveja. Seu defeito inerente é a distribuição igualitária da miséria".
Queridos jovens, Marx preconizava o coletivismo, ou seja, todas essas benesses individuais capitalistas deveriam ser retiradas de você em prol da satisfação dos objetivos dos grupos e do coletivo.
Ah, sim, tenho certeza que vocês todos estão morando no quarto da casa ou do apartamento de um colega da mesma corrente ideológica, não é mesmo?
Não suponho que todos vocês sejam do tipo "esquerda festiva", ou como cunhou meu amigo Constantino, da turma da "esquerda caviar".
Não desejo que estejam todos acometidos de problemas psíquicos. Freud faz tempo, afirmava que a Negação e a Projeção constituem-se nos mecanismos de defesa mais primitivos utilizados pela mente humana. Elementar.
Aliás, primitivo é o pensamento e a civilização que esses jovens e adultos discursam e retoricamente enaltecem, dos sofismas do igualitarismo e da frugalidade das tribos, ainda que não abram mão de suas roupas de grife descoladas, de seus óculos que encenam pretensiosamente uma (pseudo) intelectualidade, e claro, de seus tênis All Star ou Puma para desfilarem nos bares da hora com os outros membros da turma violenta da bondade.
Bem, essa turma do beautiful people deveria, pelo menos, ser mais honesta e lógica, assumindo nas suas ações concretas aquilo que diz. Que coisa horrorosa. Mas aqueles que pensam não são intolerantes, tampouco violentos.
Assim como nas ações, falta a lógica da realidade quanto ao sistema capitalista que esses violentos bondosos insistem em querer derrubar: o capitalismo, por meio da destruição criativa e do lucro, é o único sistema capaz de estimular as pessoas a pensarem em ser grandes e criarem grandes coisas para si próprias e para a sociedade.
* Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.
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