A ideia descartada por Bolsonaro merece uma vaga no mausoléu das ideias de jerico, ironiza Augusto Nunes:
Para os governadores que sonham com Sergio Moro fora do comando da
segurança pública, é irrelevante o medo causado ao país que presta por
organizações criminosas como o PCC e congêneres. O que tira o sono da
turma é o pavor provocado por um ministro que, quando juiz, ousou
engaiolar bandidos da classe executiva.
Desde sempre, governadores se queixam da inexistência de uma política
nacional de segurança pública. Em um ano, o ministro Moro já
estabeleceu suas linhas gerais e iniciou a ofensiva contra os inimigos
do Estado de Direito. Também pediam de meia em meia hora que fosse
transferida para a União a missão que achavam impossível: abrandar a
insegurança crônica dos cidadãos desprotegidos. É o que está ocorrendo
com a redução generalizada dos índices de criminalidade.
Além de ver Moro pelas costas, os governadores querem encurtar o
acesso às verbas do ministério ressuscitado. As coisas ficariam mais
fáceis se emplacassem na gerência do ministério exumado o ex-deputado
Alberto Fraga, que cobiça o cargo desde que perdeu o emprego no
Congresso. "O Moro não entende de segurança pública", recita Fraga. Se
fosse assim, não estariam tão inseguros os meliantes que até
recentemente se julgavam condenados à eterna impunidade.
O presidente Bolsonaro afirmou que a ideia morreu. Que seja enterrada, sem choro nem vela, no mausoléu das ideias de jerico.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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