Porque do conhecimento público, não se leva em consideração e nem se comenta aqui a coleção de atitudes polêmicas do governador do Rio, Wilson Witzel, eis que lamentáveis contra sua própria imagem e prejudiciais ao povo do Rio e à importância do Estado que governa perante o hercúlea, heróica e exemplar conduta do senhor presidente da República, Jair Bolsonaro. à frente do governo federal. O “pito”, o “puxão de orelha” que levou do vice Hamilton Mourão, quando no exercício da presidência da República (“Ele diz que foi fuzileiro naval mas esqueceu a ética e a moral que se aprende nas formas armadas”) levou Witzel depois a pedir desculpas públicas por ter gravado e divulgado uma conversa ao telefone que teve com Hamilton Mourão.
E ainda nesta mesma semana em curso, o governador do Rio comete ingratidão e falta de respeito e consideração com um de seus servidores do Estado. Aliás, um exemplar e combatente servidor.
NA BARREIRA FISCAL – Vamos ao fato. Marcus Vinícius da Silva Plácido, por competência, por méritos e pela imperiosa necessidade da prestação de seu serviço ao Estado, foi nomeado em 29.8.2012 para o cargo em comissão de Ajudante I, símbolo DAJ-1, da Secretaria de Estado de Governo. E começou a trabalhar, incansavelmente, na Operação Barreira Fiscal, no posto Nhangapi, em Itatiaia. Junto com Auditores Fiscais, combateu a entrada de armas e drogas no Estado. Embora exposto ao perigo de vingança. não esmoreceu. Na estrada que por ele e seus colegas de fiscalização atuavam, arma e droga nunca passaram. Eram apreendidas. E todos eram presos.
DEMISSÃO CANCELADA – Mas veio o dia 5.9.2019. E neste dia o Diário Oficial do Estado publicou sua exoneração. Sem explicação e após 7 anos de dedicação integral ao serviço, foi parar na rua, de um dia para o outro. Por causa do seu valor — que o governador desconhecia — foi novamente nomeado 21 dias depois. Em 26.9.2019, o Diário Oficial do RJ publicou seu retorno ao cargo e à mesma Operação Barreira Fiscal. Afinal, o servidor fez falta. Todos o queriam de volta à pista da estrada, à fiscalização, à apreensão de armas e drogas.
Mas, inesperada e injustificavelmente, nesta quarta-feira (29.1.2020), quando Marcus Plácido completou 33 anos de idade, foi novamente exonerado. Por ordem do governador Witzel, é claro. Quem manda no Poder Executivo do RJ?
DEMISSÃO CONFIRMADA – Não, governador. Não importa que Marcus Plácido seja eleitor e defensor do presidente Jair Bolsonaro. Crê-se, também, que não teria sido esta a razão desta sua segunda demissão. Mas que é estranho, é. Que é esquisito, é. O serviço público estatal necessita do seu trabalho lá na Operação contra a entrada de drogas e armas que ingressam no Rio pela estrada de rodagem. E o servidor, novamente exonerado, tem brios, tem sentimentos, tem necessidades de sobrevivência. Afinal, dedicou seus últimos 8 anos de vida a este arriscado e perigoso trabalho, sem mácula, sem faltar um dia.
Marcus Plácido tem dignidade, governador. Marcus Plácido, mesmo sem ter sido fuzileiro naval ou magistrado, ele é intransigente com a ética, com a moral, com a honestidade, com a legalidade…enfim, com tudo que seja legal, bom e justo. O senhor, sem causa justa e contrariamente aos interesses do Estado do Rio de Janeiro, dispensou um servidor exemplar. Conheço sua família, seus pais, seus irmãos (todos residentes em Barra Mansa), sua criação e seu passado. Daí meu testemunho e meu inconformismo.
Governador, aqui vai um conselho de quem respeita e votou no senhor em 2018. Faça como o senhor fez com o senhor vice-presidente Hamilton Mourão. Também peça desculpas ao servidor exonerado e o chame a retornar ao serviço, imediatamente. O Estado do Rio precisa muito dele.
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