Fernando Haddad e o restante da resistência de auditório que posou de
defensora de Cazuza não combinam muito com os versos do compositor.
Especialmente pelo apito que tocaram na última década e meia na política
nacional, apoiando flagrantemente o maior assalto da história do país –
país este ao qual Cazuza perguntou, num de seus maiores hits, “qual o
nome do seu sócio”. Coluna de Guilherme Fiuza, via Gazeta do Povo:
O ministro da Educação fez uma citação equivocada de Cazuza que
ensejou uma reação curiosa. Querendo defender o princípio da autoridade,
Ricardo Vélez disse que liberdade não é “passar a mão no guarda” – o
que na verdade era uma piada do Casseta & Planeta. O ministro se
desculpou com a mãe de Cazuza pelo engano, mas o plantão da resistência
já estava com todas as suas baterias em ação.
Para você ter uma ideia do nível da coisa, no pelotão de frente da
indignação estava ninguém menos que Fernando Haddad – que talvez você
não se recorde, mas desempenhou com destaque na última eleição o papel
de suplente de presidiário.
E o que esse personagem estava fazendo numa pendenga sobre uma citação incorreta de um compositor?
Acertou, seu danado: Haddad estava exercendo sua principal
especialidade – puxar o saco de artista para fazer demagogia contra o
fascismo imaginário. Entendeu a simplicidade do cálculo? Finja que o
Brasil está de volta aos anos de chumbo, pegue uma fala de um ministro
dessa ditadura terrível que você inventou e saia heroicamente em defesa
do artista popular citado pelo monstro. Só tem um problema.
Fernando Haddad e o restante da resistência de auditório que posou de
defensora de Cazuza não combinam muito com os versos do compositor.
Especialmente pelo apito que tocaram na última década e meia na política
nacional, apoiando flagrantemente o maior assalto da história do país –
país este ao qual Cazuza perguntou, num de seus maiores hits, “qual o
nome do seu sócio”.
Essa você pode responder com autoridade, prezado poste sem luz:
Odebrecht, OAS, JBS e toda a quadrilha que vocês montaram para, como
diria o poeta, transformar o país inteiro num puteiro.
Os catadores de lixo ideológico andam cortando um dobrado para tentar
alimentar a lenda que os sustenta. Roger Waters acaba de chegar ao
ponto de defender o ditador sanguinário que destruiu a Venezuela para
retocar sua maquiagem “progressista” – num idioma onde “progresso”
significa andar para trás. Ninguém segura os progressistas reacionários.
Mas a realidade anda tripudiando dessas almas penadas. Nesse exato
momento vem à tona a fortuna enfiada pela Odebrecht, a mando do PT, no
chavismo assassino. Cazuza queria ver “quem paga pra gente ficar assim” –
e a resposta está aí, em toda a sua obscenidade: os financiadores da
ruína, os cafetões do puteiro, são justamente aqueles que diziam e ainda
dizem ter sensibilidade social. Os monopolistas da virtude prostituíram
a bondade.
E eis que Lula é condenado pela segunda vez por corrupção, no processo do sítio de Atibaia. Aí se dá a alquimia revolucionária.
Você não viu, nem verá, nenhuma dessas subcelebridades fantasiadas de
democratas aplaudindo a condenação do maior ladrão do país a ¼ de
século de prisão – sentenciado por uma mulher a quem ele tentou
intimidar. Alguém avise à resistência cenográfica que a maquiagem
progressista dela está toda borrada.
Nenhum pio dessa patrulha que passa a vida panfletando o
empoderamento – justamente quando uma jovem juíza enfrenta um dos
maiores criminosos da história. “Se continuar nesse tom a gente vai ter
problema” – a frase de Gabriela Hardt a Lula quando ele tentava
constrangê-la – teria virado um troféu da causa feminina se houvesse um
pingo de honestidade nesse papo de empoderamento.
Aí a venda da refinaria de Pasadena revela que a negociata chancelada
por Dilma Rousseff significou um rombo de 2,3 bilhões de reais. Como
você não haverá de ter esquecido, Dilma é a empoderada número um dessa
revolução de festim, a presidenta mulher ungida e tutelada pelo ogro.
Nenhum pio também dos progressistas reacionários sobre o desfalque da
musa. Saiu tão barato que ela ainda está pedindo indenização pela bolsa
ditadura.
Faz sentido. Se você bate a carteira e ninguém te prende, você volta lá para pegar a bolsa.
Se ainda não deu para entender o truque demagógico, fique com esta:
sabe quem era o candidato desses heróis da resistência democrática à
presidência do Senado? Ninguém menos que ele – Renan Calheiros.
Bravos progressistas de butique: como diria Cazuza, a sua piscina está cheia de ratos.
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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