Arábia
Saudita começou nesta segunda-feira (4) a expedir carteiras de
motorista para mulheres que poderão dirigir em seu território a partir
de 24 de junho. O país era o único do mundo que ainda proibia mulheres
de conduzir automóveis.
Em
comunicado, o governo afirmou que expediu a carteira para dez mulheres
que já tinham permissão de dirigir em outros países, como Estados
Unidos, Reino Unido, Líbano e Canadá. Antes de receber a habilitação
emitida pelo órgão responsável, na capital Riad, elas fizeram uma prova
prática e teste de visão.
“A
Direção Geral de Tráfego começou a substituir as permissões
internacionais reconhecidas pelo reino por permissões sauditas, em
preparação para o dia 24 de junho, quando será efetivada a decisão de
permitir que mulheres dirijam automóveis na Arábia Saudita”, informou a
repartição à agência de notícias oficial SPA.
Várias
mulheres estão fazendo curso de motorista em todas as regiões do país, a
fim de tirar a habilitação. Algumas já expressaram o desejo de se
tornar motoristas de empresas como a Uber. O governo calcula que 2 mil
tirarão carteira nas próximas semanas.
“Dirigir
para mim representa ter uma escolha, a escolha do movimento
independente. Agora temos essa opção”, explicou à SPA Rema Jawdat, uma
das primeiras a receberem a carteira de motorista.
Em
setembro de 2017, o rei saudita, Salman bin Abdulaziz al-Saud, anunciou
o fim da proibição de dirigir para mulheres. O anúncio veio depois de
anos de resistência de ativistas dos direitos das mulheres contra o
impedimento.
Essa
medida é uma das reformas para a modernização da sociedade saudita
liderada pelo príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman. Nos últimos
dois anos, o dirigente reduziu as restrições da segregação por gênero e
a proibição de presença feminina em shows, além de reabrir os cinemas
no país. Na início de junho, a Arábia Saudita também aprovou um projeto
de lei que criminaliza o assédio sexual.
Entretanto
tais reformas correm o risco de ser eclipsadas pelas recentes detenções
de 17 ativistas de direitos humanos, entre eles mulheres identificadas
como defensoras do direito feminino de dirigir. Os detidos foram
acusados de minar a segurança do país.
Segundo
as autoridades, apenas nove suspeitos permanecem presos, entre os quais
quatro mulheres. Eles teriam confessado uma série de acusações, como
contato com “organizações hostis”.
G1
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