MEDIÇÃO DE TERRA

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Trabalho doméstico encolhe com a crise e 4 mil vagas somem em um mês


Em novembro foram fechados quatro mil postos de trabalho em Salvador e na região metropolitana

por
Matheus Fortes
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Com o prolongamento de uma crise econômica e sem sinais expressivos de recuperação, seus efeitos vão se expandindo para várias áreas de trabalho, e agora também chegaram ao trabalho doméstico.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apenas no mês de novembro foram fechados quatro mil postos de trabalho em Salvador e na região metropolitana, significando uma redução de 3,4% em relação a outubro.
Segundo o Sindicato das Empregadas Domésticas da Bahia (Sindidomésticas), essa série de desligamentos também ocorreu em outros meses do ano, e tem sido reflexo de demissões em outras áreas de trabalho. Com o desligamento de patrões em suas respectivas ocupações, manter uma trabalhadora mensalista em casa, com a carteira assinada, e os demais benefícios ficou mais difícil.
Embora a emenda constitucional – que ficou conhecida durante muito tempo como a “PEC das Domésticas” tenha sido promulgada em 2013, a regulamentação do trabalho doméstico só aconteceu de forma oficial em junho de 2015.
Entre os novos direitos que haviam sido conquistados pela categoria estão: o adicional noturno, a obrigatoriedade do recolhimento do FGTS por parte do empregador, seguro desemprego, salário-família, seguro contra acidentes de trabalho e indenização em caso de despedida sem justa causa.
Para a diretora de imprensa e divulgação do Sindidomésticas, Cleuza de Jesus, as demissões evidenciam um momento difícil pelo qual estão passando todos os trabalhadores. Segundo ela, as domésticas que ficaram desempregadas têm agora voltado ao mercado de trabalho na busca por outras ocupações, ou mesmo mudando sua forma de trabalho.
De mensalistas, as trabalhadoras passaram a diaristas, conseguindo assim uma forma de não ficarem ociosas, enquanto buscam uma melhor ocupação no mercado. “Segundo o relato de algumas domésticas que fazem as diárias, é possível, a depender do preço da diária, e da quantidade de dias em que elas trabalham, ser mais bem remunerada do que o trabalho mensal”, relatou.
 Ainda assim, para quem deseja seguir nessa área, Cleuza pede atenção e aponta que o trabalho sem a carteira assinada impede que elas possam usufruir de benefícios como auxílio-doença, auxílio-maternidade e aposentadoria. “A diarista também acaba tendo que dar conta de mais atividades, e trabalhando mais”, destacou ela.  
A expectativa do sindicato, segundo Cleuza, é de que a situação econômica do país se resolva o quanto antes para que as trabalhadoras possam voltar a serem empregadas como mensalistas, podendo assim, ter a carteira assinada e usufruir dos benefícios.

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