MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Pais recorrem aos sebos para gastar menos na compra de livros escolares


A procura aumentou muito nos últimos dois anos

por
Gabriele Galvão
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Romildo de Jesus
Os livros são quase novos
Os livros são quase novos
Com a crise,  muitos pais têm recorrido à compra de livros usados. Uma boa saída são os sebos, que proporcionam uma economia de até 80%. “Para fugir dos altos preços das livrarias, os sebos  têm sido alternativas mais econômicas. Os livros vendidos por  R$ 300 nas livrarias, por exemplo, podem ser encontrados usados por R$ 60”, garante a comerciante Ionara Feijó Santos. Ela é uma das consumidoras adeptas às compras de livros usados.
O bancário presente na Livraria Clássica no Imbuí,  Ugo Almeida, contou que economizou bastante na hora da compra. “A lista dos livros do meu filho na livraria convencional ficaria em R$1.218, mas consegui comprar no sebo por R$ 410. Com essa economia sobrou dinheiro para comprar os dois pneus que meu carro estava precisando”, comemorou. Ele observou ainda, que os livros são quase novos. “A livraria recicla o livro velho e fica novinho em folha, nem parece que foi usado durante um ano inteiro. Vale a pena comprar”, afirmou.
José Augusto dos Santos, dono da livraria Clássica, no Imbuí,  que recicla livros usados há 35 anos, disse que a procura aumentou muito nos últimos dois anos. “É uma forma de driblar a crise que estamos vivendo, as pessoas andam sem dinheiro, não dá  para pagar preços exorbitantes em livrarias”, disse. Ele contou ainda que as editoras, não satisfeitas com os sebos, tentam enganar os pais. “Todo ano elas mudam a capa do livro, mas o conteúdo é o mesmo. Com isso, alguns pais ficam com receio de comprar a edição antiga e acaba pagando caro em uma obra igual”, afirmou.
Segundo ele, muitos pais se queixam que os professores passam uma lista grande de livros, sendo que os filhos só usam poucos. “Recebemos livros que nem foram abertos. As escolas passam uma lista de dez, mas acabam utilizando só dois deles. Com isso, os pais gastam dinheiro desnecessário. É preciso que haja uma fiscalização nos estabelecimentos”, comentou.
O dono da livraria observou que nos sebos também é possível barganhar. “Se ainda estiver em evidência, pegamos os livros antigo e os pais só pagam a diferença do livro atual”, contou, frisando que, no estabelecimento todos os livros passam por um processo de reciclagem.
A secretária Rosana Reboredo, que estava no local buscando livros, observou que essa troca também está sendo feita nas próprias escolas. “Os pais criam grupos em um aplicativo e eles mesmo negociam entre si”, explicou. Para ela, o sebo também é uma forma de preservar o meio ambiente. “Se menos livros são editados, mais a natureza agradece, porque menos árvores são derrubadas”, disse.
Outro sebo que tem lucrado e garantido a satisfação para os clientes é o do Centro Espírita Paulo Estevão, na Pituba, que também tem opções de livros universitários. A estudante de direito Cacilda Andrade, que sempre busca esses estabelecimentos para compras de livros, ressalta que a economia é grande. “Aqui economizo muito, livros que pagaria mil reais consigo comprar por R$30. Os assuntos são os mesmo, é claro que como a legislação está sofrendo alterações, temos que ficar ligadas nas emendas na hora da compra”, afirmou.
Ela também aproveita para vender os volumes que não usa mais para conseguir adquirir os novos. “As obras estão sempre mudando e às vezes ficam em casa só ocupando espaço, então além de ajudar alguém que esteja precisando também me beneficio”, contou.

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