Por Caroline Gois | Fotos: Bocão News
O
Chefe do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia e
ex-governador do Estado, Jaques Wagner, comentou, na manhã desta
segunda-feira (12), em entrevista concedida ao radialista Mário Kértesz,
na Metrópole, sobre a delação do executivo da Odebrecht, Claudio Melo,
que cita o petista em depoimento. Conforme Claudio, que já possuía
relação com JW, o petista o procurou em 2006 e 2010 para pedir ajuda
econômica da Odebrecht para a sua campanha ao governo da Bahia e também
em 2014 para a campanha de eleição do governador Rui Costa (PT). Houve
atuações também no Ministério da Defesa. "Sou filho do Pólo Petroquímico
e quando assumi em 2007 teve a comemoração dos 30 anos do Pólo e lancei
o desafio que queria fazer do Pólo mais 30 anos. Fez um grupo de
trabalho e começamos a trabalhar para não esvaziar ainda mais o Pólo.
Dentro de um grupo de trabalho e foi mais de ano, uma das conclusões era
que o ICMS era o elemento que inibia novos investimentos. Havia crédito
acumulado e as empresas então não se sentiam estimuladas para cá. Fiz
um plano garantindo que novas empresas chegassem. Esta renúncia foi
feita para o Pólo Petroquímico como um todo", afirmou. Ainda segundo
Wagner, "evidentemente que se a Braskem se beneficiou disso aí e se por
conta disso resolveram me dar ajuda de campanha é uma decisão deles".
Citado com o apelido de Pólo, Wagner
também teria recebido relógios de presente nos valores de US$ 20.000,00 e
US$ 4.000,00, conforme delação de Claudio Melo. "Eu acho uma cretinice
dele. Fiz meu aniversário e ele me deu uma garrafa de presente. Guardei e
nunca usei", disparou.
Ainda na delação, o executivo afirma que o
ex-ministro chegou a pedir pessoalmente a Marcelo Odebrecht ajuda
financeira para 2006, quando Wagner se elegeu pela primeira vez
governador da Bahia e também em 2010, nos mesmos moldes, durante a sua
reeleição, sempre condicionado a acordos de interesse da empresa. "Eles
ajudaram na campanha e não tenho nada pra esconder. Isso está na
prestação de contas e não existe relação de causa e efeito". A própria
delação diz que eu não era bem visto na empresa. Eles tentaram me
convencer duas vezes, tanto Emílio quanto Odebrecht, para eu retirar
minha candidatura e ganhei a eleição em 2006. No apagar das luzes eles
assinaram uma PPP (Parceria Público Privada) com o governo anterior para
fazer o emissário. Cancelei o emissário e depois teve a Via Expressa e
eles acharam que a obra era deles e o próprio Claudio foi ao meu
gabinete e eu disse que não trabalho assim. Então, eles nem entraram na
licitação. Perderam agora, mais recentemente, junto coma OAS o metrô",
relatou.
O petista afirma que está à vontade e tem
testemunhas da própria empresa com relação a que foi dito na delação.
"Toda esta negociação de ICMS foi com interesse na Bahia e nunca se
falou em é dando que recebe".
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