A
delação premiada de executivos da Odebrecht é vista como um risco para o
presidente Michel Temer no processo que corre no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e investiga irregularidades na campanha presidencial de
2014. Há um temor no Planalto de que os executivos da empreiteira
levantem novas suspeitas sobre a origem das doações feitas à campanha,
fortalecendo a acusação de que houve abuso de poder econômico.
Até então, o depoimento de acusação
considerado mais consistente era o do delator Otávio Azevedo,
ex-presidente da Andrade Gutierrez, que entrou em contradição e depois
negou que houvesse dinheiro de propina para campanha que reelegeu Dilma
Rousseff e Temer.
A colaboração da Odebrecht – cujos 77
executivos assinaram na semana passada delação com a força-tarefa da
Lava Jato – pode chegar ao TSE de dois modos. Caso a instrução do
processo ainda não tenha sido dada como concluída, novos depoimentos
podem ser solicitados e juntados como indicações a favor da acusação.
Ainda que isso não seja feito, no
entanto, há um receio de interlocutores de Temer de que haja uma
contaminação política do julgamento pelo TSE, considerada a corte “mais
politizada” entre os tribunais superiores.
Imponderável - No
Planalto, a nova etapa da Lava Jato é vista como “imponderável”.
Interlocutores do peemedebista dizem que o presidente demonstra
tranquilidade com a delação, mas a defesa de Temer na corte eleitoral
gostaria de que o caso se encerrasse antes de os acordos de Marcelo
Odebrecht e funcionários da empresa se tornarem públicos.
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