A
torcida da Chapecoense se despediu de seus ídolos neste sábado (3), sob
os gritos de “É campeão”, seguidos por um doloroso silêncio. A Arena
Condá não chegou a lotar na cerimônia em homenagem às vítimas do
acidente aéreo de Medellín, mas todas as milhares de pessoas presentes
se emocionaram, debaixo de um temporal, em Chapecó. O velório coletivo
contou com a presença de familiares das vítimas, personalidades do
futebol, como o presidente da Fifa, Gianni Infantino, e o treinador da
seleção brasileira Tite, e do presidente Michel Temer – que nada falou.
Além das bênçãos às 50 vítimas veladas, houve muitos agradecimentos à
Colômbia, especialmente à equipe do Atlético Nacional. O primeiro avião
Hércules da Força Aérea Brasileira pousou com os corpos pouco antes das
9h30, no aeroporto Serafin Enoss Bertaso, em Chapecó. O outro avião com
os caixões chegou cerca de quinze minutos depois. O presidente Michel
Temer, que não planejava vir à Arena Condá, mudou de idéia e acompanhou o
cortejo que chegou à Arena Condá às 12h39. Por lá aguardavam a maioria
dos familiares das vítimas. Uma delas se destacou: dona Ilaídes Padilha,
mãe do goleiro Danilo, agradeceu a cada um dos torcedores nas
arquibancadas, que gritavam o nome de seu filho.
O público, emocionado com o que via no telão, cantou “o campeão voltou”
e “é campeão”, até que o primeiro caixão, de Thiaguinho, entrasse no
estádio. A partir daí, o silêncio tomou conta. A colocação dos 50
caixões foi acompanhada por muitas lágrimas dos familiares. Apesar da
chuva cada vez mais forte, a torcida não arredou pé e acompanhou cada um
dos discursos oficiais. O prefeito da cidade, Luciano Buligon, vestindo
uma camisa do Atlético Nacional, fez agradecimentos especiais ao povo
colombiano. Anunciado logo após o presidente Michel Temer – que não foi
vaiado ou exultado – o embaixador da Colômbia, Alejandro Borda, foi
efusivamente aplaudido. Houve ainda orações, e discursos do apresentador
Cid Moreira e do presidente da Fifa, Gianni Infantino.
A cerimônia terminou com mensagens de jogadores, como Neymar, no telão e
com uma volta dos familiares pelo gramado, com imagens dos heróis que
se foram. Pela primeira vez, a torcida se agitou, ao ritmo do hino do
clube, como se iniciasse, depois do luto, o renascimento da Chapecoense.
O locutor do estádio anunciou, como fazia a cada fim de semana, a
“escalação” dos ídolos da Chapecoense. Danilo, Ananias, Bruno Rangel, o
técnico Caio Júnior e o presidente Sandro Pallaoro foram os mais
celebrados. Os jornalistas e outras vítimas do acidente aéreo também
tiveram seus nomes anunciados e aplaudidos. Logo após o fim do
cerimonial, parou de chover e o sol voltou a iluminar as ruas de
Chapecó. (Veja)
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