Por Alexandre Galvão
Responsável pela mais nova delação que sacode a República, Claudio Melo
Filho relata na sua colaboração premiada que mantinha relações próximas
agentes políticos da Bahia - sua terra natal.
Segundo o relato de Melo, em 2014, quando chegou em Brasília, ainda não
"militava" no meio político. Ele, no entanto, já conhecia alguns
políticos da sua terra: Geddel Vieira Lima, José Carlos Aleluia, João
Almeida e Jutahy Magalhães.
Ainda de acordo com o ex-executivo da Odebrecht, os poucos
relacionamentos do PT que tinha, foram herdados do pai. São eles: Jaques
Wagner e Walter Pinheiro.
"Particularmente, não mantinha relação com o PT. Sabia que o apoio
legislativo oferecido pelos agentes políticos às empresas se dava, na
prática, ao menos em troca de contribuições em períodos eleitorais,
quando não em troca de contrapartidas financeiras mais imediatas,
conforme demonstrarei em alguns meus relatos. Por causa disso, vários
agentes políticos tentaram se aproximar de mim", afirmou.
INFÂNCIA - no texto Melo lembra de sua amizade de
infância com o deputado estadual Leur Lomanto Jr. (PMDB). "O pagamento
realizado em 2014 teve como premissa o meu reconhecimento de suas
pretensões políticas maiores (atualmente é deputado estadual), pois
pertence a família tradicional do sul do Estado da Bahia, sendo filho de
ex-deputado federal e neto de ex-governador de Estado. Agrega aos fatos
acima a relação pessoal, desenvolvida por nossos pais, tendo seu pai
Leur Lomanto trabalhado como estagiário junto a meu pai em uma empresa
de e engenharia na Bahia na década de 1970", diz.
LAÇOS - Entendendo a importância do seu trabalho para a
Odebrecht, o ex-executivo "percebeu que deveria selecionar determinados
agentes com relevância política e que teriam melhores condições de
gerar resultados positivos para a minha empresa". Daí, então, escolheu
parlamentares "que preferencialmente exercem forte liderança em seu
partido e em seus pares".
"Ao longo desses anos, mantive contatos mais frequentes com os
seguintes agentes políticos: João Almeida (BA), Renan Calheiros, Moreira
Franco, Bruno Araújo, Heráclito Fortes, Arthur Maia (BA), Geddel Vieira
Lima (BA), José Carlos Aleluia (BA), Ciro Nogueira, Romero Jucá,
Antonio Imbassahy (BA), Lúcio Vieira Lima (BA), Gim Argello, Leur
Lomanto (BA), Jutahy Magalhães (BA), Michel Temer, Inaldo Leitão, Walter
Pinheiro (BA), João Carlos Bacelar (BA), Duarte Nogueira, Eliseu
Padilha, Aldo Rebelo, Rogério Rosso, Antonio Brito (BA), Benito Gama
(BA), Rodrigo Maia, Paes Landim, José Agripino, Jacques Wagner (BA),
Paulo Abi-akel, e Claudio Cajado (BA)", sinaliza, ao completar:
"Além disso, em casos mais episódicos, mantive algum contato com os
seguintes agentes políticos: Luiz Carlos Hauly, Carlos Sampaio,
Cristóvam Buarque, Fábio Ramalho, Marco Maia, Ricardo Ferraço, Eunício
Oliveira, Arlindo Chinaglia, Mendonça Filho, Arnaldo Jardim, Daniel
Almeida (BA), Paulo Pimenta, Julio Delgado, Lidice da Mata (BA), Eduardo
Cunha, Paulo Magalhaes (BA), Nelson Pelegrino (BA), Agnaldo Ribeiro,
Delcídio do Amaral, Fernando Collor, Rui Costa (BA), Carlinhos Almeida e
Eduardo Braga".
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