Motoristas de Fortaleza se sentem obrigados a dar dinheiro a flanelinhas

Segundo os motoristas, eles cobram alto para vigiar o automóvel.
Às vezes, mesmo pagando adiantado, pertences são roubados do carro.

Do G1 CE, com informações da TV Verdes Mares

Motoristas de Fortaleza dizem se sentir coagidos por flanelinhas que vigiam os veículos estacionados nas ruas e avenidas da capital. Em algumas ocasiões, não há acordo entre eles e o conflito pode gerar pequenos aborrecimentos. Os problemas ocorrem quando o cliente deixa um restaurante ou uma festa. Mesmo pagando adiantado, alguns clientes, são prejudicados com furtos e arrombamentos de veículos.
Foi o que aconteceu com uns amigos da professora Franciclé Fortaleza. De acordo com ela, eles não pagaram na hora e quando retornaram ao veículo, estava arrombado. “Uns amigos estavam de férias em Fortaleza. Eram de Mossoró (RN). Estacionamos e fomos para um barzinho. Quando nós voltamos, o vidro traseiro do veículo estava quebrado e os pertences dos meus amigos foram roubados. Os flanelinhas que estavam perto do carro não foram encontrados", disse professora.

Já a funcionária pública Myrcea Teixeira diz que paga adiantado e se acha ameaçada pelos flanelinhas. “Nós nos sentimos obrigadas a pagar e ficamos com receio de acontecer alguma coisa com o carro”, explica. A promotora de vendas, Tana Nunes, conta que alguns cobram de uma forma incisiva, o que acaba constrangendo motoristas. “Eles cobram de uma forma que parece que nós somos obrigados a pagá-los. Aquela coisa de que se você não pagar, vai acontecer alguma coisa com o seu veículo. Eu me sinto muito  lesada neste momento”, desabafa.
Não existe lei que obrigue o motorista a pagar por esse serviço. O pagamento é espontâneo. E a quantia sempre pode ser negociada. Segundo o flanelinha Paulo Sousa, se o motorista não tiver dinheiro, não há nenhum problema.  “Eu cobro R$ 3,00 pelo serviço. Se não der na noite, eles dão da outra vez. Se o cliente não tiver dinheiro na hora não tem problema. Deixa para outra vez”, conta.