Não há com quem contar para ajudar nos trabalhos do campo.
Muitos agricultores reduziram a área plantada.
As consequências aparecem até no galpão. Os tratores que antes passavam a maior parte do tempo preparando os canteiros, agora quase não saem da garagem. Aos poucos, a área cultivada na propriedade em Suzano, na grande São Paulo, diminui, passando de cinco para 2,5 hectares.
A redução do cultivo é para evitar o que aconteceu com a acelga, com dificuldades para fazer a pulverização, as plantas acabaram ficando doentes.
Para evitar que mais terras fiquem totalmente paradas, Osias Ribeiro começou a plantar milho, uma cultura que exige menos cuidado, mas ele diz que o retorno não é o mesmo das hortaliças. O agricultor, com quase 30 anos de experiência, conta que oferece moradia para os funcionários e salário em torno de R$ 1.400, mesmo assim não consegue funcionário.
Cerca de 30% das hortaliças cultivadas no estado de São Paulo saem da região do Alto Tietê, onde fica o município de Suzano.
Para superar a falta de mão de obra, a relação patrão-funcionário mudou radicalmente em outro sítio, também em Suzano. São cinco hectares onde estão várias hortaliças e para dar conta de toda a produção de forma mais eficaz, foi extinta a figura do empregado com salário fixo.
Os "parceiros", como o dono prefere chamar, têm os ganhos que dependem do esforço de cada um. Sem pagar nada, cada parceiro ganhou canteiros para cultivar e o lucro não é dividido com o dono da terra. O que é compartilhada é a despesa com a manutenção geral do sítio.
O agricultor Guerino Pagels Neto diz que o método é lucrativo, diminui os custos com os insumos e garante mão de obra suficiente para manter a terra produtiva.
Gilmar dos Santos trabalhava em uma granja, mas agora cuida dos canteiros de salsa e cebolinha. Até hoje ele se surpreende com a diferença na remuneração do fim do mês.
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