Segundo análise da YouGov,
multinacional de pesquisa de mercado on-line, as mulheres no Brasil
parecem estar muito mais satisfeitas com sua vida profissional do que os
homens. Dados de 25 de fevereiro da plataforma YouGov Profiles
mostram que 60,7% das mulheres entrevistadas no país disseram que
gostavam de seu trabalho. O número é estatisticamente maior do que os
57,7% registrados entre os brasileiros. Esse sentimento ocorre apesar de
as mulheres brasileiras também serem mais propensas do que os homens a
dizer que temem o rumo de suas carreiras (77,1%, contra 75,5%).
Ao
mesmo tempo, o amor pelo trabalho não significa que elas só pensam em
progredir na carreira. Em comparação com os brasileiros, elas são
estatisticamente mais propensas a dizer que gostariam de não ter de
trabalhar todos os dias (53,8% x 51,9%), que a família é mais importante
do que a carreira (65,3% x 64,2%) e que não gostam que lhes digam o que
fazer (65,5% x 61,3%). Isso sugere que as mulheres brasileiras não
estão dispostas a se sacrificar tanto por seu trabalho, o que pode
indicar um desejo de se desenvolverem de forma mais holística.
Educação, Contabilidade, Jurídico e Medicina são as áreas mais ocupadas pelas mulheres
As
mulheres no país também tendem a se envolver em determinadas atividades
econômicas com mais frequência do que os homens. Por exemplo, 14,6% das
brasileiras afirmam estar empregadas no setor de Educação, o ramo
econômico mais escolhido pelas entrevistadas pelo Profiles. Esse número é
quase o dobro dos 7,7% dos homens que também afirmam trabalhar no setor
de Educação.
Em
comparação com os homens, elas tendem a escolher com mais frequência os
setores de Contabilidade, Serviços jurídicos e Medicina para seu
desenvolvimento profissional. No entanto, grande parte do trabalho das
mulheres brasileiras ocorre fora do setor privado: apenas 51% das que
trabalham relatam estar empregadas em uma organização com fins
lucrativos, abaixo dos 58,5% registrados para eles. Em contrapartida, as
mulheres que trabalham no Brasil têm uma probabilidade estatisticamente
maior de serem empregadas em instituições públicas e organizações não
governamentais.
David
Eastman, diretor-geral da YouGov na América Latina, diz que é
importante observar que o desemprego não é a única força que mantém as
mulheres fora do mercado de trabalho brasileiro. “De acordo com o
Profiles, 13,6% das consumidoras adultas do país afirmam estar
desempregadas. Mas 9,3% estão cuidando da casa ou de um membro da
família - um número quase cinco vezes maior do que o registrado para o
mesmo caso entre os homens. Isso sugere que o trabalho doméstico ou o
cuidado com os membros da família impede que as mulheres aceitem
empregos”, afirma.
Para quais empresas as mulheres querem trabalhar no Brasil?
Com
os incentivos certos, algumas marcas poderiam estar mais bem
posicionadas para convencer essas brasileiras a ingressar no mercado de
trabalho. De acordo com o YouGov BrandIndex,
entre as mulheres do país, O Boticário é a empresa com a maior
pontuação de Reputação corporativa até 22 de fevereiro (os últimos dados
disponíveis), com 66,8 pontos. Esse indicador reflete quantas pessoas
teriam orgulho (ou vergonha) de trabalhar para cada marca analisada.
Ao
mesmo tempo, é importante mencionar que O Boticário, na verdade, perdeu
quatro pontos de Reputação corporativa entre 2023 e 2024, sugerindo que
a marca de beleza e cosméticos vem de fato perdendo apelo entre as
mulheres no Brasil. “A Nestlé, por outro lado, além de ser a segunda
maior pontuação de Reputação corporativa no país, também conseguiu
ganhar mais de 13 pontos desde fevereiro do ano passado. Isso sugere um
fortalecimento da marca de alimentos entre o público feminino como
potencial empregador”, acrescenta Eastman.
O
diretor menciona ainda que, embora algumas marcas estejam no topo tanto
das mulheres quanto do público em geral em Reputação corporativa, as
mulheres brasileiras tendem a favorecer um pouco mais determinadas
empresas. O Boticário, Nestlé, Coca-Cola, Natura, L'Oréal e Netflix,
embora sejam consideradas potencialmente boas empregadoras pelas
mulheres e pela população em geral, têm avaliações substancialmente mais
altas entre as mulheres brasileiras.
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