BLOG ORLANDO TAMBOSI
A política febril e polarizada não será superada nesse século e os que falam em nome da democracia alimentam esse cenário. Via FSP, a crônica de Luiz Felipe Pondé:
É comum se lamentar que estamos polarizados.
Estamos, sim, e não deveremos superar essa fratura neste século. Pelo
contrário, deve piorar. No Brasil e no mundo, aqueles que falam em nome
da democracia são os mesmos que alimentam a polarização desde o início.
A
política quando militante é sempre febril. Sempre foi. As redes só
ampliaram a capilaridade desse ódio político e o tornaram visível como a
luz do sol. Na democracia, a soberania é popular e o povo gosta de
desentendimentos militantes quando faz política. A intenção é aniquilar o
inimigo.
A
condição da política é como um espetáculo circense em que se usa armas
de verdade. Política sempre foi um circo, hoje a palhaçada está
aniquilando a fé pública nas instituições.
Comparado à direita, hoje, o PT
é anacrônico na sua operação. A direita atual detém o monopólio do
fazer político pós-moderno. A direita é populista, a esquerda é
histérica. A tendência da política é se radicalizar cada vez mais, e,
por isso mesmo, o ódio crescerá entre aqueles que se julgam a favor ou
contra a história. A democracia hoje tende à violência entre populismo e
histeria. A direita cospe quando fala, a esquerda é uma farsa moral.
É
engraçado quando alguém usa argumentos do tipo "estou do lado certo da
história". Este argumento foi usado tanto por nazistas quanto comunistas
no século 20. A história não tem lado certo porque ela não tem sentido
algum. Este argumento é pura retórica fajuta para deslegitimar quem está
do outro lado que não o seu.
A
direita hoje detém o anseio das populações que se sentem prejudicadas
pelo discurso elitista da esquerda gourmet –a única que sobrou. Grande
parte da população está de saco cheio –na Europa e nos EUA– dos
riquinhos que querem imigração ilegal para pagarem babás e empregadas
baratas em suas casas.
Nos
EUA, a classe média alta, graças a turma que atravessa a fronteira
vindo do México quase morrendo –e para a qual os inteligentinhos aqui
derramam lágrimas de crocodilo–, pode usufruir de serviçais mais
baratos. Quem disser o contrário é mentiroso ou não sabe nada da
realidade americana. Daí os riquinhos votarem nos democratas, hoje
partido da elite americana.
Já
os americanos pobres, que poderiam ser esses serviçais, ou aceitam
salários menores –que em comparação com o Brasil são verdadeiros
salários maravilhosos– como os ilegais, ou ficam sem emprego. Quando
votam no Trump, os inteligentinhos os xingam.
Mas, a opção deles é racional com ou sem xingamentos da elite.
Já
no Brasil, o povo está de saco de se ferrar na mão de bandidos e
usuários de drogas defendidos pela moçada riquinha dos direitos humanos,
de ver suas concepções de vida serem humilhadas pelos que acham que ou
você aceita a "revolução de gênero" e similares ou você é um lixo
cultural, enfim, cansados de serem considerados o esgoto da inteligência
política. E isso não deve mudar. Uma vez tendo aprendido a rota da
militância através do uso das redes, o povo de direita não vai recuar,
por isso, é fundamental regular as redes, certo?
Veja
duas pautas na moda. Uma é o baseado do bem. Imagine que fumo um de vez
em quando, e que, obviamente, compro do narcotráfico. Não seria lógico
supor que mesmo que meu baseado seja legal, continuo a alimentar o
narcotráfico? Não seria mais lógico legalizar as drogas e pronto? Por
que não? Já sei: quem sabe o narcotráfico e seus representantes nos
poderes da república não queiram perder seus lucros infinitos. Pagar
impostos sempre foi para os fracos.
Os iluminados da elite intelectual não toleram a imbecilidade obscurantista da imensa maioria do povo brasileiro que é contra o aborto.
Disfarçam sua condescendência arrogante para com esses ignorantes
falando em "educação". Por que? Porque supõem que quem não concorda com o
principio liberal da escolha individual –por trás dos que são a favor
da escolha individual pelo aborto– é gente estúpida.
Imagino
que nossos descendentes –se existirem– vão nos considerar ridículos com
nossas "afetações ideológicas". O século 21 ainda vai nos humilhar
muito.
Postado há 2 hours ago por Orlando Tambosi
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