BLOG ORLANDO TAMBOSI
Com prazo extra e redução de fiança para multa milionária, ex-presidente vIe fortuna disparar com a entrada de sua plataforma social na Nasdaq. Vilma Gryzinski:
A vida é uma montanha russa para Donald Trump – e um vale de lágrimas para os que torcem por sua queda.
Ele
deveria ter começado a semana arruinado, com contas bloqueadas e
imóveis confiscados para garantir o pagamento de uma multa jamais vista,
de meio bilhão de dólares, por contabilidade fraudulenta.
Nos
Estados Unidos, para que processos assim possam ter recurso, uma
seguradora deve garantir o pagamento da multa, exigindo caução
equivalente do processado. As instituições do ramo “deram risada” quando
foram consultadas sobre a caução do ex-presidente, segundo seu filho
Eric Trump: nunca tinham visto multa semelhante.
Em
vez de arruinado, Trump conseguiu na segunda-feira um prazo extra de
dez dias e a redução da caução para 175 milhões de dólares. E tripudiou
que “vai ser uma honra” pagar.
Na
terça, a coisa ficou pior ainda para seus adversários. Numa guinada
inacreditável, a fortuna dele disparou para nada menos que 6,4 bilhões
de dólares com a estréia de sua empresa de rede social na bolsa Nasdaq. A
empresa controla a Truth Social, criada por Trump depois que foi
barrado no Twitter (o nome oficial ainda era esse) e outras redes. Em um
dia, ele ganhou 3 bilhões.
OUTRO PATAMAR DE FORTUNA
Passou
assim de quase falido e bloqueado para a lista dos 500 mais ricos do
mundo, pelos critérios do Índice de Bilionários da Bloomberg.
Embora
submetido a um prazo de seis meses para vender ou oferecer sua
participação acionária como garantia para empréstimos, o que não ajuda
em suas dívidas com a justiça, Trump simplesmente entrou em outro
patamar de fortuna.
É
de fazer qualquer inimigo político arrancar os cabelos. E não faltam
inimigos a Trump. Um exemplo mais recente de como ele altera o
comportamento dos adversários: o site Salon publicou uma reportagem na
qual procura comprovar que Trump está sofrendo de demência
frontotemporal, do tipo variante comportamental.
A
reportagem é baseada em “diagnóstico”, feito à distância,
evidentemente, pelo psicólogo John Gartner, transformado em abaixo
assinado de profissionais de saúde mental.
O
site consultou a psiquiatra forense Elizabeth Zoffman para endossar a
hipótese e ela listou uma série de “comprovações”. Entre elas,
incluem-se “mudanças nos padrões de fala, dificuldade em pronunciar
palavras, desinibição e incapacidade de controlar arroubos verbais,
mudanças no movimento e na maneira de andar e mudanças na capacidade de
julgamento e no controle de impulsos que expõem o agravamento de traços
de personalidade caracterizados como narcisistas e antissociais”.
CONTRAPESO A BIDEN
A
falta de ética deveria causar repúdio e escândalo, mas hoje atitudes
assim parecem ter se normalizado. Diagnósticos à distância viraram uma
prática comum quando o envolvido é Trump.
O objetivo também é claro: fazer o contrapeso à percepção predominante de que Joe Biden está em declínio cognitivo.
Não
que faltem defeitos de caráter e de julgamento a Donald Trump,
incluindo sua tendência a se deslumbrar com Vladimir Putin e os casos
execráveis em que menosprezou mortos e feridos de guerra – em defesa dos
Estados Unidos – como “perdedores”.
A
lista é longa, mas depara com vários obstáculos. Um, são os eleitores
trumpistas que relevam qualquer coisa que ele faça e dizem que estão
escolhendo um presidente, não um candidato a santo. Outro, são os
eleitores que fazem comparações e chegam à conclusão que estavam melhor
na época dele.
IMIGRAÇÃO E COGNIÇÃO
O
bilionário Nelson Peltz resumiu ontem o que leva muitos americanos
comuns, sem a fortuna de 1,7 bilhão de dólares dele, a preferir o
ex-presidente.
“Eu
provavelmente vou ficar com Trump e não estou feliz com isso”, disse o
megainvestidor – mais conhecido, em outros círculos, como pai de Nicola
Peltz, casada com Brooklin Beckham, filho do jogador inglês e da
ex-cantora.
Motivos:
o descontrole na imigração, que hoje “não é um problema democrata ou
republicano”, mas nacional, e “a condição mental realmente assustadora”
de Joe Biden.
“Não sei o que ele sabe e o que ele não sabe. Não sei quem está falando por ele e isso é perturbador”.
Teriam
os Estados Unidos dois candidatos a presidente com problemas mentais? É
uma possibilidade, considerando-se a idade e alguns comportamentos. Mas
só um deles acabou de ganhar 3 bilhões de dólares.
Muitos eleitores não deixarão de notar isso.
Postado há 4 days ago por Orlando Tambosi
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