O ditador russo, Vladimir Putin, continua indo de mal a pior com sua invasão à Ucrânia. De sua perspectiva, a semana passada foi uma catástrofe incontestável. Max Boot, do NYT, para o Estadão:
A
impressionante e surpreendentemente bem-sucedida ofensiva da Ucrânia em
Kharkiv continuou a transcorrer, libertando já estimados 9 mil
quilômetros quadrados de território do jugo russo - ou seja, mais do que
as áreas combinadas dos Estados americanos de Delaware e Rhode Island.
Tropas ucranianas estão entrando agora na região de Luhansk, que havia
sido perdida em julho. Isso torna cada vez mais improvável a
possibilidade de Putin alcançar até mesmo seu objetivo diminuído, de
conquistar apenas o Donbas (Luhansk é uma das duas províncias do
Donbas).
As
forças russas continuam tentando - até agora, sem sucesso -
restabelecer uma nova linha defensiva. Durante o fim de semana, tropas
ucranianas atravessaram o Rio Oskil, uma barreira natural para seu
avanço. O recuo russo revelou confusão e baixo moral entre fileiras do
Exército de Putin. Em Izium, as tropas russas deixaram para trás covas
coletivas de suas vítimas para serem descobertas por investigadores de
crimes de guerra.
Putin
jamais pretendeu ser amado, mas seu governo tem dependido de uma aura
de medo e poder que agora está sendo drenada — para ser substituída por
repugnância e desprezo.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi,
um dos principais importadores de energia e armas russas, repreendeu
Putin abertamente durante a cúpula da Organização para Cooperação de
Xangai, em Samarcanda, no Usbequistão. O chinês Xi Jinping não criticou abertamente Putin, mas também não expressou apoio ao ditador russo.
Empresas
chinesas não estão suprindo o vácuo deixado pelas empresas ocidentais
que têm deixado a Rússia, e a China não está fornecendo armamentos para
os russos, forçando Putin a fazer compras no Irã e na Coreia do Norte.
Um
indicador do status reduzido de Putin no mundo foi o quanto tantos
líderes mundiais o deixaram esperando antes de se reunir com ele em
Samarcanda — empregando contra ele uma de suas principais táticas para
sublinhar dominância.
Rompimentos
Outro
sinal dos tempos: a Assembleia-Geral da ONU aprovou por 101 votos a 7
na sexta-feira uma resolução para permitir um pronunciamento televisivo
do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski.
Além da Rússia, os únicos países que votaram contra foram outros
Estados párias: Belarus, Cuba, Eritreia, Nicarágua, Coreia do Norte e
Síria. A Rússia está quase completamente isolada. Até o Casaquistão, no
passado um dos aliados mais próximos de Moscou, rompeu com Putin na ONU
como parte de uma recusa mais ampla em apoiar sua guerra de agressão.
Outra aliada da Rússia, a Armênia, é vítima de uma ofensiva renovada do Azerbaijão, que pode estar tirando vantagem de um Kremlin distraído.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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