IA escancara déficit de imaginação, curiosidade e empatia nas organizações Bruno Borgonovo* Vivemos tempos que desafiam o comum. As barreiras caem à medida que a inteligência artificial (IA) e outras tecnologias avançam a passos largos, despertando tanto ansiedade quanto fascínio. Líderes e colaboradores percebem riscos, mas também enxergam oportunidades inéditas. Agora, mais do que nunca, o que nos diferencia são a empatia, o pensamento crítico e a curiosidade — forças capazes de transformar desafios em inovações que impulsionam resultados para empresas, pessoas e a sociedade. Quem souber desenvolver e ampliar essas capacidades de forma prática e contínua se destacará; os que hesitarem ficarão para trás. Segundo um estudo da Deloitte, 73% dos líderes reconhecem a importância de alinhar as capacidades humanas ao ritmo da inovação, mas apenas 9% afirmam ter avançado nesse equilíbrio. Essa lacuna revela um déficit de imaginação que pode custar caro: sem o cultivo da curiosidade, da empatia e do pensamento divergente, as organizações correm o risco de se tornarem obsoletas, enquanto seus colaboradores perdem o sentido e a motivação em suas carreiras. A transformação digital tem demonstrado que habilidades técnicas, embora fundamentais, já não são suficientes para garantir a competitividade sustentável. No livro Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us, Daniel Pink reforça que a motivação intrínseca, alimentada por curiosidade e autonomia, é decisiva para impulsionar a criatividade nos ambientes corporativos. Mas como incentivar a criatividade e criar uma cultura que estimule a empatia, a inovação e o pensamento divergente na organização? Algumas estratégias incluem:
Exemplos práticos demonstram que essa abordagem gera resultados positivos. Famoso pelo programa do "20% do tempo", o Google permite que seus funcionários dediquem parte da jornada ao desenvolvimento de projetos pessoais. Essa prática fomentou inovações significativas, como o Gmail e o Google Maps. Com o programa Kickbox, a Adobe oferece um kit de ferramentas e recursos para que os colaboradores experimentem e validem novas ideias, criando um ambiente propício à inovação contínua. A Lego investe em laboratórios de inovação e competições internas para estimular o pensamento criativo, tornando-se um símbolo de imaginação e experimentação. Sob a liderança de Satya Nadella, a Microsoft tem promovido uma cultura de colaboração e resolução criativa de problemas, implementando laboratórios internos de inovação que incentivam os colaboradores a propor e testar novas soluções. Investir no desenvolvimento das capacidades humanas não é apenas uma resposta aos desafios atuais, mas uma estratégia para construir organizações resilientes e adaptáveis. Ao promover um ambiente que valorize a criatividade, a empatia e a curiosidade, as empresas estarão mais preparadas para enfrentar as incertezas do mercado e transformar desafios em oportunidades de crescimento. A transformação exige ação imediata. Líderes e gestores precisam definir metas claras para integrar essas práticas à estratégia organizacional e acompanhar continuamente os resultados. Assim, mesmo em uma era de avanços tecnológicos disruptivos, o fator humano continuará sendo o principal motor da inovação e da diferenciação. *Bruno Borgonovo é fundador e CEO da BRW Suprimentos.
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