Nova Lima, março de 2025 –
A partir de 1º de abril, os preços dos medicamentos no Brasil sofrerão o
reajuste anual autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamento (CMED), vinculada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). Em 2025, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos
(Sindusfarma) aponta para uma média de 3,48%, o que deverá ficar abaixo
da inflação dos últimos 12 meses, medida pelo Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 5,06%. O percentual final será
divulgado até 31 de março.
O
reajuste dos medicamentos pode variar conforme a concorrência no
mercado. Quanto maior a oferta de um determinado remédio, menor tende a
ser o aumento autorizado. Isso acontece principalmente com genéricos e
similares sem patente, que possuem preços mais competitivos. Já
medicamentos patenteados ou com poucas alternativas disponíveis podem
sofrer reajustes mais elevados.
Embora
o reajuste médio seja inferior à inflação, na prática, os preços finais
podem variar significativamente. Isso porque o reajuste incide sobre o
Preço Máximo ao Consumidor (PMC), que estabelece o valor máximo
permitido para a venda dos medicamentos. Lélio Souza, Vice-presidente de
Soluções para Prática Médica da Afya, explica que muitos medicamentos
são comercializados abaixo desse teto, permitindo variações amplas nos
preços praticados pelas farmácias.
“Mesmo
que o reajuste seja menor, como os 3,48% projetados, o consumidor pode
encontrar diferenças expressivas nos valores, pois o preço final depende
das políticas de cada farmácia. Em 2024, por exemplo, identificamos
medicamentos que tiveram variações maiores que 300% ao longo do ano.
Esse é o caso da Rivaroxabana, um tipo de anticoagulante, que teve seu
preço variando em até 359%”, afirma Souza. Os dados são da CliqueFarma |
Afya, plataforma de comparação de preços de medicamentos, e foram
obtidos com base nos menores preços mensais praticados entre as mais de
80 redes de farmácias parceiras da plataforma.
Impacto na saúde e alternativas para economizar
Para
o médico e professor de Clínica Médica e Medicina de Família e
Comunidade da Facimpa | Afya, Isaac Ramos, o aumento dos preços pode
comprometer a continuidade dos tratamentos, especialmente para
populações de baixa renda. “O comprometimento da renda com medicamentos
pode levar à interrupção de tratamentos essenciais, agravando condições
de saúde e aumentando a demanda por serviços médicos”, explica.
Para
minimizar os impactos do reajuste, o especialista orienta os
consumidores a adotarem estratégias que garantam o acesso aos
tratamentos com menor custo. Confira algumas dicas:
- Opte por genéricos ou biossimilares: são versões mais acessíveis financeiramente, com eficácia comprovada.
- Aproveite programas governamentais: o programa "Farmácia Popular" oferece medicamentos gratuitos ou com descontos para diversas condições de saúde.
- Busque assistência farmacêutica no SUS: unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) disponibilizam gratuitamente diversos medicamentos essenciais.
- Compare preços antes da compra: utilizar plataformas online para comparação de preços, como a CliqueFarma | Afya, pode ajudar a encontrar os melhores valores.
- Compre em maior quantidade: se o medicamento tiver validade longa e for de uso contínuo, adquirir uma quantidade maior pode gerar economia.
- Aproveite descontos e programas de fidelidade: muitas farmácias oferecem benefícios para clientes cadastrados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário