Taís Fagundes (@tf.taisfagundes) tem 35 anos, nasceu em Porto Alegre e mora em Canoas desde sempre. “Papel Amassado” (Editora Labrador, 32 págs., @__.papelamassado)
seu livro de estreia, voltado ao público infantojuvenil— mas que pode e
deve ser lido por todos —, conta com ilustrações de Ana Cardia. A
autora coloca a cultura como protagonista, em um resgate de identidade e
de autoconsciência, mostrando que o extraordinário mora no comum dos
dias: em quem somos, de onde viemos e para onde vamos. De forma afetiva,
guia os leitores para utilizarem suas roupas de sentir, de percepção de
si e do mundo, para tocar a vida de pés descalços e experienciar cada
amassado do seu papel.
“’Papel Amassado’
fala da vida”, conta Taís. “Fala também do sentimento, da permissão de
estar e pertencer a este mundo na totalidade; do viver desperto para
enxergar o caminho, as mudanças e os seus amassados”. Enquanto o livro estava
em processo de edição, a autora vivia um dos períodos mais desafiadores
de sua vida: perdeu tudo com a enchente. Sua casa ficou submersa por
três semanas. Após esse tempo, foi necessário descartar tudo, limpar e
fazer uma reforma. Em uma palestra, a autora falou sobre a difícil situação. Essa experiência levou à escrita de “Bergamota”, que será publicado em abril de 2025.
“Precisei
de mais anos de vivência do mundo para ampliar minhas âncoras e pontos
cegos. Hoje me enxergo entregando, com sabedoria e presença, aquilo que
aprendi”, afirma a escritora, que também atuou como professora durante
sete anos, em ensino bilíngue e inglês para adultos e adolescentes. Foi
então fazer um intercâmbio na Nova Zelândia e voltou de lá com outras
ideias. Seguiu para o ambiente corporativo, cursando Secretariado
Executivo Trilíngue e atua na área desde então. No momento se encontra
em trânsito entre o Secretariado e as palavras.
Após
a maternidade, a autora resgatou sua bagagem cultural de uma forma que a
voz interna não se calou mais. Ela acredita que a humanidade está em um
momento em que reconhecer seus amassados é a base para uma vida menos
ansiosa e mais feliz. “É esta necessidade que tenho de gritar ao mundo: é
possível! Basta olhar para dentro”, afirma Taís.
Quantos
às principais mensagens que quis passar ao escrever a obra, a autora
diz que seriam reconhecer a si mesma e ter uma vida desperta, com foco
no agora. Para ela, isso só é possível através do real entendimento de
quem se é. Por isso, é importante olhar para trás, para sua história, e
conectá-la ao seu presente. “O livro nasceu junto do meu movimento, de
mesmo nome, Papel Amassado, como uma bandeira de
entendimento sobre tudo o que há ao nosso redor e tudo que nos faz
sentir (tem sentido)”, explica a autora.
Quando
pensou no mundo que gostaria de deixar a seu filho Augusto, ela teve a
resposta de seu coração. O livro representa liberdade, pois quando nos
conhecemos e reconhecemos, passamos a conectar passado, presente e
futuro, e a viver de forma desperta. “Papel amassado” é
classificado como infantojuvenil, mas é uma leitura adequada para todas
as idades, pois há uma criança que habita o interior de cada um.
A
obra traz uma experiência ao final do enredo. “O livro deixa como
extensão o exercício dos 7 afetos, na qual facilita a compreensão da
experiência”, informa. “De certa forma, a história não acaba quando se
termina de ler. Ela é um ponto de partida para você reconhecer seus
amassados e contar as suas próprias histórias.”
Da dança à literatura, as influências de Taís Fagundes
Taís
Fagundes bebe da fonte da arte desde o berço. Seu pai é um exímio
contador de histórias até os dias de hoje. Conhecedor de humanidades,
ele a conectava a diversos mundos sem sair de casa. Já sua mãe lia
diariamente livros emprestados da biblioteca. Tendo o exemplo em casa,
passava horas lendo, o que contribuiu para um vasto vocabulário.
Para
além das palavras, Taís também dançou tango e danças latinas por anos.
Nestes espaços conviveu com as culturas argentina e uruguaia. Além
disso, teve apoio dos pais para estudar inglês e espanhol, o que abriu
muitos caminhos em sua vida.
Mais
tarde, como Secretária Executiva, trabalhou com expatriados e vivenciou
a cultura de diversos povos. A escritora estudou inteligência cultural e
suas aplicabilidades, o que lhe rendeu um prêmio acadêmico. Há mais de
15 anos, ela também participa de eventos nacionais e internacionais,
como speaker e ouvinte.
A
autora define sua escrita como afetiva. Ela conheceu o termo “escrita
afetuosa” com Ana Holanda e se identificou. Taís escreve poéticas desde a
adolescência, aos 13 anos já rabiscava ideias em diários e blocos de
notas. Sua rotina inclui acordar às 5h para escrever, aproveitando o
silêncio e a solitude. Por ser um momento só seu, entrar em contato com
sua essência a faz escrever com mais fluidez. Ela não trabalha com metas
diárias, mas sim mensais. As ideias surgem em vários momentos, ela as
anota e vai trabalhando aos poucos.
Garanta “Papel Amassado” no site da Editora Labrador:
https://editoralabrador.com.br/produto/papel-amassado/
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