MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 20 de outubro de 2024

Fim dos supersalários é uma das medidas para estabilidade da dívida pública, avalia CLP

 
 

Ajustes no Bolsa Família, aprovação da reforma da Previdência com desvinculação do salário-mínimo e integração da aposentadoria rural ao BPC também garantem sustentabilidade financeira
 

O governo Lula está analisando uma série de medidas de corte de gastos, que inclui o fim dos supersalários. Esse encaminhamento, que deve ganhar corpo em breve, é defendido pelo Centro de Liderança Pública (CLP) como uma das importantes ferramentas para a reorganização das contas da União. Em nota técnica, o centro afirma que o corte das grandes remunerações poderia ajudar o país a alcançar um cenário de estabilidade de dívida pública bruta até 2030, com uma economia de aproximadamente R$ 5 bilhões.
 

"É fato consumado a necessidade de corte de gastos públicos no Brasil. E acabar com os supersalários no setor público pode ser uma grande oportunidade para o governo assumir um compromisso fiscal, moral e social perante a população. Os valores gastos com penduricalhos poderiam estar sendo destinados à áreas primordiais do país, como saúde, educação ou meio ambiente", afirmou o diretor-presidente do CLP, Tadeu Barros.
 

Além do fim dos supersalários, a organização recomendou outras ações para garantir um pacote mais robusto.
 

Uma delas já está em andamento, que é a simplificação do sistema tributário, medida que vai incentivar investimentos, aumentar a competitividade do setor produtivo nacional e levar ao crescimento econômico. De acordo com o CLP, para não comprometer a arrecadação, a seleção de produtos e serviços que terão alíquotas reduzidas ou aumentadas deve ser baseada em estudos que justifiquem essas decisões. Produtos essenciais como alguns alimentos podem ter alíquotas menores devido à sua importância na cesta básica dos consumidores, enquanto bens que geram poluição ou violência (caso de veículos poluentes ou armas de fogo), podem justificar alíquotas maiores, por exemplo.
 

Outro ponto que chama a atenção do centro é a necessidade de redução dos gastos tributários. Para este eixo, eles sugerem a implementação de três ações: redução do teto do Simples Nacional, que hoje representa um gasto tributário estimado em R$ 100 bilhões; criação de limite para as deduções de saúde no Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF), que poderia reduzir o gasto tributário em pelo menos um quarto dos R$ 20 bilhões atualmente não arrecadados devido a essa política; e desoneração da folha salarial, que custa cerca de R$ 20 bilhões ao ano aos cofres públicos. Juntas, essas mudanças vão refletir em uma economia de cerca de R$ 50 bilhões até 2030.
 

Redução de gastos públicos

Para o CLP, a redução de gastos públicos, por meio de ajustes na distribuição do programa Bolsa Família, é mais um ponto a ser considerado. A organização sugere o congelamento nominal do benefício básico, que, sem ajustes inflacionários até 2030, poderia resultar em uma economia substancial estimada em mais de R$ 25 bilhões apenas naquele ano.
 

Para compensar o impacto do congelamento, sugere-se um aumento real no benefício variável para crianças de 0 a 7 anos. O acréscimo seria de 1% acima da inflação anualmente, elevando o valor para cerca de R$ 160 até 2030. Essa abordagem não só alivia a pressão sobre o orçamento federal, mas também direciona recursos de maneira mais efetiva para apoiar o desenvolvimento na primeira infância, que é crucial para o combate à pobreza de longo prazo. Além disso, o CLP indica manter o benefício variável de R$ 50 para crianças e adolescentes de 8 a 17 anos ajustado pela inflação, garantindo que seu poder de compra não diminua ao longo do tempo.
 

O centro ainda entende que outros ajustes poderiam contribuir para a sustentabilidade financeira do governo, como a aprovação de reforma da Previdência com desvinculação do salário mínimo e a integração da aposentadoria rural ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Estima-se que a combinação dessas reformas resulte em uma economia substancial para o governo, na ordem de R$ 45 bilhões apenas em 2030.

Por fim, o centro defende reduzir o estoque da dívida pública através da venda de ativos estatais e imobilizados, o que pode fornecer um alívio significativo ao orçamento. Essa abordagem não apenas geraria recursos imediatos, mas também ajudaria a reduzir os custos com juros, liberando mais recursos para investimentos em áreas chave como saúde, educação e infraestrutura.
 

Leia abaixo os estudos completos:

https://clp.org.br/o-aumento-da-divida-publica-bruta-do-brasil/

https://clp.org.br/pl-dos-supersalarios-pode-poupar-r-38-bi-dos-cofres-publicos-2/

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GBR Comunicação
Larissa Lima
larissa.lima@gbr.com.br

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