De acordo com dados divulgados no Anuário 2024 da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional,
com base em um estudo da Euromonitor International, o Brasil, que é
atualmente o 4º maior mercado de produtos de limpeza do mundo, tem um consumo per capita de saneantes que equivale a 4% da média mundial.
O brasileiro gasta, em média, US$ 7,55 mensais, enquanto o restante do
planeta investe US$ 186,33. O País perde até para a média da América
Latina, que investe US$ 24,98 em produtos de limpeza.
“A
informalidade no mercado de saneantes, apesar de ter caído nos últimos
anos, é um dos motivos para essa diferença em relação aos outros países.
Além disso, as misturas caseiras de produtos de limpeza, que são
extremamente perigosas para os consumidores e para a saúde pública,
acabam, em algumas situações, ocupando o espaço de produtos de limpeza”,
analisa Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA, lembrando que os
saneantes clandestinos representam 11% de todo o setor de produtos de
limpeza de uso doméstico, de acordo com a pesquisa de informalidade
realizada pela entidade neste ano. O índice representa uma queda de 50%
em relação ao estudo de 2021 (eram 22%).
Engler, no entanto, destaca que a disparidade nos números, na comparação com outros países, também traz dados positivos.
“O primeiro deles é a prova de que o produto de limpeza brasileiro é
acessível à população. Estimamos que até 80% dos consumidores
brasileiros consomem um mix básico de itens de limpeza, ou seja, apenas
artigos essenciais para a limpeza doméstica e de pequenos negócios. Além
disso, os fabricantes possuem diferentes linhas, projetadas para
diferentes perfis de consumidores, o que permite um acesso quase
universal ao mercado de saneantes. Outro ponto positivo é que,
claramente, o mercado nacional tem um grande potencial para crescimento,
no consumo per capita”, destaca.
Engler
explica que esse potencial não é pelo aumento dos preços dos produtos
de limpeza no País, mas pela chegada de itens cada vez mais sofisticados
ao mercado nacional. “Um dos segmentos com maior potencial de
crescimento – e que pode elevar o consumo per capita nacional – é o de
saneantes que aliam praticidade, alta eficiência, tecnologia e
características sustentáveis. São produtos que demandam muito
investimento em pesquisa e que, naturalmente, podem elevar o tíquete
médio de saneantes”, afirma. “A verdade é que há uma
possibilidade de alta no consumo per capita sem necessariamente aumento
nos preços de produtos de limpeza básicos”, completa.
Para
comprovar a teoria, o diretor-executivo da ABIPLA cita a própria
variação de preços de produtos de limpeza no ano. Segundo dados do INPC –
Índice Nacional de Preços ao Consumidor, a inflação setorial está
negativa, em 2,23% no período de janeiro a agosto de 2024. Já os 12
meses anteriores a agosto mostram uma deflação de 3,99%. “Isso é uma
prova de que não é necessário aumento de preços para a elevação do
tíquete médio, tanto que os fabricantes lançam, com frequência, produtos
de alto valor agregado no mercado, têm boa aceitação, e, mesmo assim, o
setor acumula deflação nos indicadores oficiais.”
Eleições da ABIPLA
A ABIPLA realizou eleições para a definição da diretoria que comandará a entidade no próximo triênio (2025/2027). Juliana Marra foi reeleita presidente da entidade e também está à frente do IdQ - Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química.
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