Análise do especialista em Estratégias Financeiras, Finanças Corporativas e Mercado Financeiro da Fipecafi, Hudson Bessa |
Na reunião de maio, o COPOM votou dividido com cinco votos por uma redução de 0,25% na taxa Selic contra quatro votos a favor de uma queda de 0,5%. A ação causou apreensão, contudo, a composição já que todos os indicados pelo atual Governo votaram por uma redução maior. Ruído inevitável, haja vista a mudança na presidência do BC para o próximo ano. Desde então, a cenário econômico vem apresentando progressiva deterioração. Neste período o Ibovespa (entre 08/05 e 13/06) caiu 7,6%, o dólar subiu 6,1% e as taxas do Tesouro IPCA 2035 saltaram de 6,17% a.a para 6,39% a.a. A justificar este quadro encontramos dois fatores básicos. Por um lado, o Governo vem emitindo sinais renovados de que não considera o equilíbrio fiscal como uma condição básica para a condução da política econômica e persiste na sua aposta de aumento de receitas, sem sinais claros de disposição para cortar gastos. O que foi explicitado pelo Presidente em discurso na Suíça quando disse que “o crescimento econômico e a redução dos juros” resolveriam a questão do equilíbrio. De outro ponto de observação, a falta de coordenação do Governo junto ao Congresso e as sucessivas derrotas criaram uma sombra de dúvidas sobre sua capacidade em conduzir uma pauta crível. Aqui vale lembrar que a Reforma Tributária ainda está por ser regulamentada. Reforçando este cenário de adversidade, a manutenção da Taxa de Juros americanas nos atuais patamares cria um piso natural para redução da taxa básica de juros brasileira. Em meio a este ambiente, o relatório Focus indica que as expectativas de inflação, desde a última reunião, subiram para 3,9% contra 3,72% e a Selic no final do ano já alcança 10,25 contra 9,63%. O quadro não é animador, tanto que maioria das apostas é de que o COPOM decida pela manutenção da taxa em 10,50% a.a. Na verdade, a dúvida hoje paira sobre o placar da decisão já que uma divisão dos votos tem o poder de causar mais ruído do que há um mês. Para agendar entrevistas, envio de perguntas para o especialista ou pedido de análises – entrar em contato com os assessores de imprensa via WhatsApp, ligação ou e-mail. Informações para Imprensa: NA Comunicação e Marketing Fone: (11) 3032-1877 Maik Uchôa E-mail: maik.uchoa@nacomunicacao.com.br Fone: (11) 91766-4078 Romulo Pontes E-mail: romulo.pontes@nacomunicacao.com.br Fone: (11) 96228-8966 |
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