MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 29 de julho de 2024

serrote #47 chega ao público com ensaios exclusivos da palestina Adania Shibli e do argentino Federico Finchelstein, além de trecho de novo livro de Silviano Santiago

 

 


serrote #47 chega ao público com ensaios exclusivos da palestina Adania Shibli e do argentino Federico Finchelstein, além de trecho de novo livro de Silviano Santiago

Já disponível nas livrarias e na loja online do Instituto Moreira Salles, a nova edição da revista de ensaios do IMS traz textos que dialogam com a política internacional, como a questão palestina e as lideranças de extrema direita surgidas no bojo da democracia
 


A 47ª edição da serrote, revista de ensaios do Instituto Moreira Salles, já está disponível nas livrarias, com destaque para dois textos que dialogam com acontecimentos atuais no mundo, como a questão palestina e o governo de Javier Milei na Argentina. "Se uma revista é, como queria Simone Weil, um 'círculo de afinidades', reafirmemos nesta edição nosso compromisso com a liberdade e a democracia, uma e outra sob ameaças cada vez mais concretas em todas as latitudes", escreve o editor Paulo Roberto Pires. A capa deste número é da artista niteroiense Natali Tubenchlak, que investiga em seu trabalho temas como ética, violência e sensualidade.

A edição abre com um ensaio da escritora palestina Adania Shibli. Em A traição da língua, ela parte de sua vivência pessoal entre Berlim e Jerusalém para refletir sobre como o silêncio pode ser uma estratégia de resistência para quem enfrenta o colonialismo ou o exílio. Shibli é autora de Detalhe menor, romance de 2017 finalista do National Book Award e do Booker Prize em suas edições dedicadas à ficção traduzida para o inglês. O livro, lançado aqui pela Todavia, foi eleito para o prêmio da LitProm, associação sediada na Alemanha que promove a produção literária da África, Ásia, América Latina e do mundo árabe. A láurea deveria ter sido entregue durante a Feira do Livro de Frankfurt, em outubro de 2023, mas a entidade cancelou a premiação devido ao conflito que acabara de eclodir entre o grupo Hamas e o governo de Israel. As ilustrações que acompanham o texto são do artista palestino Taysir Batniji (1966), nascido em Gaza e residente em Paris.

O outro ensaio publicado com exclusividade pela revista é O aspirante da vez, de Federico Finchelstein (1975), argentino radicado nos Estados Unidos. Em sua primeira viagem ao país natal após a posse de Javier Milei, ele teve a oportunidade de presenciar de muito perto um discurso do presidente. Estudioso do fascismo, autor de livros como Uma breve história das mentiras fascistas (Vestígio) e do recente The Wannabe Fascists: A Guide to Understanding the Greatest Threat to Democracy (University of California Press), ele faz uma comparação entre Milei e outros líderes da extrema direita, como Donald Trump e Jair Bolsonaro, classificando-os como aspirantes a fascista – "uma versão incompleta do fascismo, um personagem típico que busca destruir a democracia para conseguir vantagens pessoais a curto prazo", define o autor. As ilustrações que acompanham o ensaio são da artista argentina Florencia Böhtlingk (1966).
 

Também destaque na revista, a apresentação de um ambicioso projeto do escritor e ensaísta Silviano Santiago. Aos 87 anos, o vencedor do prestigiado Prêmio Camões delineia no artigo O grande relógio o estudo crítico que planeja publicar em fascículos a partir deste ano, promovendo o que chama de "leitura contrastiva" da obra literária de Machado de Assis e de Marcel Proust.

Ainda nesta edição, Um réquiem para o telefone, do escritor e professor argentino Martín Kohan (1967), versão condensada do livro ¿Hola? – Réquiem para el teléfono (2022), e Confusão de línguas, relato pessoal da escritora e jornalista mexicana Fernanda Melchor (1982). A publicação traz ainda colaborações de Maria Carolina Fenati, Yasmin Santos, Evandro Cruz Silva, Namwali Serpell e dois dos quatro textos que receberam menção honrosa no último concurso de ensaísmo serrote, em 2023: Abrir a porta, da educadora e pesquisadora pernambucana Ingá Maria Patriota (1996), e Encruzas amazônicas, do educador paraense Rogerio Almeida (1967).

A serrote #47 publica o ensaio visual sudestina, da artista e educadora Silvana Marcelina (1986), cujo trabalho explora as fricções de questões como identidade, memória, afeto e resistência. Também presentes nesta edição obras dos artistas Mulambö, Marina Rheingantz e Éder Oliveira.
 

serrote #47

224 páginas

R$ 48,50
 

Informações para imprensa:

Mariana Tessitore

mariana.tessitore@ims.com.br
 

Robson Figueiredo da Silva

robson.silva@ims.com.br



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