Pedro do Coutto
O presidente Lula da Silva dedicou o fim de semana à busca de solução para a crise da Petrobras, a qual inclui posições internas do próprio governo que divergem no que se refere à permanência de Jean Paul Prates, presidente da estatal. Lula, inclusive, convocou para hoje, domingo, uma reunião com os principais ministros para discutir a situação na Petrobras.
O presidente da República retornou a Brasília depois de cumprir agenda em Pernambuco e no Ceará. Agora, ele deve decidir se vai manter ou não o executivo Jean Paul Prates na presidência da estatal.
RESTRIÇÕES – Mas a permanência de Prates no cargo pode ser difícil, pois o próprio Lula faz restrições ao presidente da estatal, e isso dificulta qualquer resolução. Falta ao governo unidade sobre as ideias e projetos, daí porque Prates é um ponto que se distancia do contexto e também do consenso.
Se não conseguir substituir Jean Paul Prates, depois que correntes do PT manifestaram o desejo de Aluízio Mercadante no cargo, Lula terá uma perda considerável de credibilidade. Ele se empenha para alcançar índices maiores de popularidade, importantes sobretudo em função das eleições municipais deste ano. Há disputas que são muito relevantes no cenário municipal, mas que se refletem no contexto nacional, a exemplo da Prefeitura de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Por falar em eleições municipais, observa-se a partir da pesquisa do Datafolha publicada na Folha de S. Paulo de ontem, que grandes parcelas do eleitorado desejam mudanças nas posições no quadro político. Isso é fundamental porque há um cansaço por parte da sociedade quanto às promessas de campanha que não se traduzem na realidade.
Esse é mais um impasse que os governos enfrentam não apenas em função do quadro futuro, mas também em razão de reivindicações não atendidas. Os governos municipais, sobretudo, devem apresentar realizações concretas, pois é isso que o eleitorado deseja.
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