Merval Pereira
O Globo
A indicação de Marcio Pochmann para a presidência do IBGE é muito negativa. Foi feito tudo certo do ponto de vista do grupo ideológico do PT e tudo errado com relação a um suposto governo de centro democrático. O economista Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real e ex-presidente do IBGE disse hoje que se sente ofendido, porque Marcio Pochmann não é economista, é um ideólogo.
Este é o grande problema que Simone Tebet vai ter que aceitar, não sei até quando. E Fernando Haddad também terá dificuldade com a ortodoxia de Pochmann. O governo estava dando vários sinais importantes, que levaram à melhoria da avaliação brasileira, mas esse é um mau sinal.
FORA DA REALIDADE – Pochmann já deu várias declarações completamente fora da realidade. Por exemplo, é contra o PIX e acha que a inflação não é exatamente esta que está sendo medida pelo IBGE. Não é possível alguém dizer que o Pix é uma arma colonialista, que só ajuda os bancos. Então as filas e o cheque é que são democráticos? Mostra bem como ele pensa a economia, e vai dar problema.
O perigo será se as estatísticas do IBGE perderem a credibilidade, caso haja algum indício de que a ideologia está interferindo nos números. Vamos ter que acompanhar com atenção.
Tebet entrou numa situação que não pode resistir, mas abriu espaço para isso. O presidente do IBGE estava interino desde o início do governo, e isso facilitou a vida da ala ideológica do PT que quer mexer na economia, inclusive contra o Haddad. Politicamente, falhou na ingenuidade de achar que um cargo deste valor ficaria aberto enquanto ela quisesse.
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