MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Mais pessoas deixam de ter planos de saúde


Redução nas adesões acontece principalmente na modalidade individual. Enquanto isso, demanda na emissão do cartão SUS aumenta


Tribuna da Bahia, Salvador
11/10/2021 08:00 | Atualizado há 1 dia, 7 horas e 16 minutos

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Foto: Agência Brasil

Por Lily Menezes

Chegar ainda na noite anterior para pegar uma senha de atendimento, passar horas na fila de espera e não saber exatamente quando fará consultas e exames. Essas cenas são comuns para a população que não dispõe de plano de saúde privado e tem no Sistema Único de Saúde a sua porta de acesso ao direito universal de tratamento e prevenção de doenças. Porém, com a pandemia e a consequente queda no poder de consumo das famílias, mesmo os cidadãos que pagavam para ter acesso aos serviços particulares passaram a engrossar as filas para atendimento no SUS, expandindo uma demanda que já era grande antes da crise sanitária. “Às vezes, um paciente precisa se deslocar para três ou quatro clínicas para realizar suas consultas”, comentou Raquel Miranda, membro do Conselho Distrital de Saúde de Cajazeiras. Agora, com o retorno gradativo dos procedimentos eletivos e a vacina chegando aos braços de mais pessoas, a população recomeça a marcar suas consultas e exames.

Não é possível precisar exatamente quantos pacientes migraram para o SUS, uma vez que o recadastramento no sistema federal se tornou obrigatório para o recebimento das doses da vacina contra o novo coronavírus, incluindo quem não fazia uso dos serviços públicos até então. Léo Prates, titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), vem constatando que mais cartões SUS estão sendo impressos e que a demanda para os procedimentos gratuitos cresceu, intitulando o fenômeno como ‘sequelas da Covid no sistema de saúde’. “Nós estamos tendo um aumento na demanda porque boa parte da população ficou com medo de ir às unidades de saúde. Então, nós estamos recebendo uma grande pressão no sistema. Além disso, como a mídia nacional e local vem trazendo, temos o empobrecimento de boa parte da população. Muita gente não conseguiu mais pagar o seu plano de saúde, e está vindo para o sistema público. Isso tem nos pressionado muito”, disse o chefe da pasta.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que fiscaliza e regula os planos de saúde, diz que o número de beneficiários do sistema privado no país se manteve em certa estabilidade no mês de agosto, com mais de 48 milhões de segurados. Na Bahia, são 1.618.174 segurados por planos de assistência médica, sendo que 796.291 beneficiários residem em Salvador; o índice representa 11% da população. Entretanto, esse contingente se manteve por conta da adesão aos planos empresariais e coletivos, onde o pagamento de consultas e exames acontece através da co-participação, sendo dividido entre o colaborador e a instituição empregadora. Nesta modalidade, a mais presente no Estado cobrindo 1.230.133 cidadãos, houve 5% de incremento. Já o interesse por planos individuais ou familiares se manteve no grupo acima de 59 anos; a adesão entre o público mais jovem teve 2,3% de queda, de acordo com o último boletim de situação fornecido pela ANS.

 

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