MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Escolas inglesas deixam de exigir uso de máscara, e os novos casos de Covid-19 disparam

 


Reino Unido tem primeiro dia sem mortes por covid-19 em dez meses | Notícias internacionais e análises | DW | 02.06.2021

Sem isolamento social e sem máscaras, a Covid-19 se espalha

Mark Landler e Megan Specia
The New York Times/Folha

A Inglaterra fez uma aposta de alto risco quando, em setembro, mandou milhões de estudantes de volta à escola sem a exigência de vacinação ou de uso de máscara, ao mesmo tempo em que o coronavírus continuava a propagar-se na população.

Na terça-feira (5) o Departamento de Educação divulgou seu boletim mais recente sobre o funcionamento do plano: 186 mil estudantes faltaram à escola em 30 de setembro com casos suspeitos ou confirmados de Covid. É um número 78% superior ao de 16 de setembro, além de ser o mais alto desde que a pandemia começou.

SEM DISTANCIAMENTO – No entanto, a julgar pelo que dizem muitos pais, o risco maior teria sido obrigar os estudantes a continuar usando máscaras, ou, pior ainda, mantê-los em casa.

“É importante para as crianças”, comentou Morgane Kargadouris, que buscava sua filha recentemente na escola primária Notting Hill, na zona noroeste de Londres, onde nenhum dos alunos usa máscara. “Uma parte grande do que elas aprendem é por meio de expressões e do contato que têm com outras pessoas.”

Opiniões desse tipo não são incomuns em um país que abandonou as regras de distanciamento social e fez de uma campanha intensiva de vacinação e um retorno rápido à normalidade os dois alicerces principais de sua resposta à pandemia. Mas chamam a atenção em uma discussão que vem sendo diferente em várias partes do mundo, com pais se esforçando para contrabalançar os riscos de uma doença potencialmente fatal com os custos de manter seus filhos em casa ou deixá-los frequentar salas de aula em que máscaras e outras medidas de proteção são obrigatórias.

RISCOS INACEITÁVEIS – Defensores da abordagem mais liberal seguida na Inglaterra dizem que ela permitiu que a grande maioria dos estudantes voltasse a ter uma experiência escolar normal. Já os críticos avisam que as crianças estão sendo expostas a riscos inaceitáveis.

Com os casos de Covid aumentando mais rapidamente nas pessoas de 10 a 19 anos de idade, o instinto inglês de simplesmente “fazer o que tem que ser feito sem alarde” está sendo posto à prova.

Para os pais mais céticos, o abandono das máscaras e outras medidas, que até o final da primavera passada eram exigidas obrigatoriamente nas escolas secundárias, tem sido inquietante, apesar de poucas escolas terem sofrido o tipo de surto de Covid que atinge uma classe inteira. Recentemente, alguns país chegaram a lançar uma campanha nas redes sociais para fazer seus filhos faltarem à aula por um dia em protesto contra a falta de proteções.

O GOVERNO INSISTE – “Passamos de um extremo, a criação de um clima de medo, para nada”, comentou Alex Matthew, cuja filha estuda na escola primária Colville, em Londres.

O governo insiste que os números da Covid justificam sua abordagem de não exigir máscaras ou outras medidas. Mesmo com o grande número de faltas de alunos por conta da Covid, 90% dos 8,4 milhões de alunos de escolas públicas estão em sala de aula, e as escolas estão funcionando quase normalmente. A maioria das faltas se deve a motivos outros, não à Covid. E não está claro quantos dos casos de Covid incluídos nas cifras de 30 de setembro também fizeram parte dos casos notificados em 16 de setembro.

O índice de infecções no Reino Unido continua alto — os casos chegaram a 33.869 na terça-feira (5) —, mas os de internações hospitalares e mortes começaram a cair.


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