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sábado, 9 de outubro de 2021

Bolsonaro: inflação de dois dígitos é culpa do 'fique em casa'

 


O IBGE divulgou na manhã de ontem que a inflação atingiu o maior patamar em setembro para os últimos 27 anos.


Tribuna da Bahia, Salvador
09/10/2021 06:00 | Atualizado há 14 horas

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em meio a uma inflação que atingiu dois dígitos pela primeira vez desde 2016, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que o Brasil está se recuperando e que um dos países que menos sofreu na economia com a pandemia. 

Mais uma vez, o presidente disse que a culpa pelos problemas econômicos do país foram as medidas restritivas adotadas por governadores para conter o contágio do novo coronavírus. Segundo o consórcio de veículos de imprensa, o Brasil se aproxima de 600 mil mortes por Covid-19. 

O IBGE divulgou na manhã de ontem que a inflação atingiu o maior patamar em setembro para os últimos 27 anos. A previsão mais recente da OCDE, grupo que reúne os países ricos, é que o Brasil feche 2021 com a terceira maior inflação entre as principais nações desenvolvidas e emergentes, atrás apenas de Argentina e Turquia. 

Em conversa com apoiadores no Palácio do Alvorada, Bolsonaro destacou que outros países estão sofrendo com índices de inflação ainda maiores para alguns produtos. Bolsonaro repetiu que o preço do gás de cozinha no Reino Unido subiu 300% nos últimos meses e 200% em média na Europa e que alguns países do continente enfrentam desabastecimento, omitindo porém que no Reino Unido a escassez de produtos é reflexo do Brexit. 

"Um dos países que menos sofreu na economia com a pandemia fomos nós. Aí fora, a Inglaterra, 300% de aumento do gás. 200% em média na Europa. Alimentos em falta lá. Não é apenas inflação. O pessoal reclama daqui, mas aqui estamos pagando aquela do fique em casa, a economia a gente vê depois. Eu falei que não podia fazer isso. Mas a gente tá recuperando aí", afirmou Bolsonaro. 

Ontem, o IBGE divulgou que o IPCA acelerou e subiu 1,16% em setembro, segundo dados divulgados pelo IBGE ontem. É a maior taxa para o mês em 27 anos, puxada por energia elétrica e combustíveis. 

Em setembro daquele ano, o índice ficou em 1,53%. Na época, os preços ainda refletiam o final do período de hiperinflação, uma vez que o Plano Real havia entrado em vigor apenas dois meses antes, em julho. 

Para tentar se afastar da reprovação causada pelo aumento dos preços, Bolsonaro tem afirmado que a crise inflacionária é mundial. 

Nesta quinta-feira, durante transmissão em suas redes sociais, o presidente chegou a comparar o preço de produtos alimentícios no país com o de mercados nos Estados Unidos para mostrar que os preços fora do país estariam mais caros. Bolsonaro, entretanto, apenas converteu os valores em dólares para reais, sem levar em conta o poder de compra nos Estados Unidos ou o fato de que a cotação do dólar também disparou nos últimos anos em relação ao real. 

Fonte: Agência O Globo

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