MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Com Centrão de olho em ministérios, Bolsonaro sinaliza mudanças no governo

 


Jair Bolsonaro abre a porta para outras trocas de cargos nesta semana. Ideia é mexer nas "peças que porventura não estejam dando certo”

Tribuna da Bahia, Salvador
22/02/2021 06:30 | Atualizado há 3 horas e 43 minutos

   
Foto: Marcos Corrêa/PR

Por Augusto Fernandes

Um dia após anunciar mudanças no comando da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou a possibilidade de promover mais alterações no governo federal nesta semana. Mesmo diante da repercussão negativa da classe política e do mercado à decisão de indicar o general Joaquim Silva e Luna para a presidência da empresa, até então ocupada por Roberto Castello Branco, Bolsonaro disse que as modificações são necessárias porque ele tem que “trocar as peças que porventura não estejam dando certo”. A apoiadores, o presidente afirmou que vai “meter o dedo na energia elétrica”.

Bolsonaro não deixou claro quais mudanças serão feitas na administração federal, nem em quais órgãos ele pretende promover modificações, mas a fala do presidente reacendeu as expectativas para uma reforma ministerial, que interessa bastante aos partidos que apoiam o governo no Congresso.

Desde as eleições para as presidências da Câmara e do Senado, quando o chefe do Palácio do Planalto jogou pesado para garantir a vitória de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), as legendas têm cobrado a fatura, em especial as que compõem o Centrão. Mesmo com o presidente tendo distribuído R$ 3 bilhões em recursos extraorçamentários para quase 290 parlamentares aplicarem em obras nos seus redutos eleitorais à época da votação, os partidos querem mais espaço no governo.

Até aqui, Bolsonaro só atendeu o pleito dos congressistas ao escolher, há pouco mais de uma semana, o deputado João Roma (Republicanos-BA) para comandar o Ministério da Cidadania, pasta que era bastante cobiçada por controlar o pagamento de benefícios assistenciais, como o Bolsa Família e o auxílio emergencial.

Mas o Centrão já vem mapeando outros ministérios, como o da Saúde e das Relações Exteriores, e ficam na esperança de novas nomeações até para melhorar a imagem do próprio Bolsonaro, visto o desgaste do Planalto com o trabalho dos ministros Eduardo Pazuello, principalmente pela atuação dele diante da pandemia do novo coronavírus, e Ernesto Araújo, criticado pela forma que conduz a política externa brasileira.

De todo modo, Bolsonaro vai promover mudanças nos ministérios com muita cautela. Por mais que deputados e senadores tenham garantido as vitórias dos candidatos para as duas Casas Legislativas, o presidente vai aguardar mais provas da “lealdade” do Centrão ao Executivo. Segundo integrantes do governo, a partir da aprovação de matérias que são de interesse do Planalto, em especial as da pauta de costumes, Bolsonaro pode “recompensar” o parlamento com as vagas na gestão federal.

Neste sábado, durante uma cerimônia promovida pelo Exército em Campinas (SP), Bolsonaro rebateu as críticas que recebeu pelo episódio envolvendo a Petrobras. Segundo ele, “pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão”. “Eu tenho que governar. Trocar as peças que porventura não estejam dando certo. Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem (sexta-feira), na semana que vem teremos mais. O que não falta para mim é coragem de decidir pensando no bem maior da nossa nação”, ponderou.

Fonte: Correio Braziliense

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