O
Reino Unido aprovou a vacina contra a Covid-19 das farmacêuticas Pfizer
e Biontech, e prevê iniciar a vacinação na semana que vem. O anúncio
foi feito nesta quarta-feira (2) pelo ministro da Saúde britânico, Matt
Hancock, que classificou a notícia como fantástica. O primeiro-ministro
do Reino Unido, Boris Johnson, disse que a aprovação da vacina contra o
coronavírus da parceria Pfizer e BioNTech vai resgatar vidas e a
economia do país. “É a proteção das vacinas que vai finalmente nos
trazer de volta às nossas vidas e fazer a economia andar novamente”,
escreveu em uma rede social. No Brasil, o plano de imunização elaborado
pelo Ministério da Saúde não prevê o uso de imunizantes que exijam
baixíssimas temperaturas de armazenamento, como é o caso da vacina da
Pfizer, que precisa ser transportada a -70ºC.
Na terça-feira (1º), o secretário de Vigilância em Saúde da pasta,
Arnaldo Medeiros, disse que o governo brasileiro deseja um imunizante
que possa ficar armazenado em temperaturas de 2ºC a 8ºC, pois essa é a
temperatura da estrutura usada no sistema de vacinação brasileiro. As
farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciaram no início de novembro que sua
candidata a vacina contra Covid-19, a BNT162b2, que está sendo testada
no Brasil, é mais de 90% eficaz na prevenção à doença, segundo dados
iniciais do estudo da fase 3. Os dados ainda não foram publicados em
revista científica. Os resultados mostraram que a eficácia alcançada foi
de 95% na prevenção à doença, e não houve efeitos colaterais graves. Os
dados ainda não foram publicados em revista científica. O Brasil ainda
não fez acordo para adquirir a vacina, mas nesta semana o governo
brasileiro recebeu executivos da Pfizer para, segundo o Ministério da
Saúde, "conhecer os resultados dos testes em andamento e as condições de
compra, logística e armazenamento oferecidas pelo laboratório". De
acordo com um comunicado da Pfizer, os estudos da vacina analisaram 170
casos confirmados do novo coronavírus. Os testes também envolveram
pessoas com mais de 65 anos e, a partir desta faixa etária, a vacina se
mostrou mais de 94% eficaz. A taxa de eficácia representa a proporção de
redução de casos entre o grupo vacinado comparado com o grupo não
vacinado. Na prática, se uma vacina tem 95% de eficácia, isso significa
dizer que a pessoa tem 95% menos chance de pegar a doença se for
vacinada do que se não for. A farmacêutica destacou que todos os dados
de segurança exigidos pela agência americana de saúde, a Food and Drug
Administration (FDA), para a autorização de uso emergencial foram
alcançados. Com isso, a Pfizer informou que pretende entrar com o pedido
de uso emergencial da sua vacina "em poucos dias", sem dar uma data
específica. A empresa informou ainda que pretende produzir globalmente
até 50 milhões de doses de vacina em 2020 e 1,3 bilhão de doses até o
final de 2021. Em julho, os Estados Unidos fecharam acordo com os
laboratório para comprar 100 milhões de doses ainda este ano pelo valor
de US$ 1,95 bilhão. No último dia 9, o diretor da BioNTech, Ugur Sahin,
disse esperar que a imunidade gerada pela vacina dure pelo menos um ano.
"Devemos ser mais otimistas de que o efeito da imunização pode durar
pelo menos um ano,” disse. "É uma excelente notícia. 90% é um número
extraordinário. Outras vacinas que nós usamos hoje estão na faixa dos
60, 70%", avaliou o médico Edson Moreira, que coordena os estudos da
vacina no Brasil. "A questão é a duração [da proteção] e a eventual
necessidade de um reforço ou não, mas são coisas distintas", completou
Moreira. A Pfizer e a BioNTech também disseram que, até agora, não
encontraram nenhuma preocupação séria de segurança e esperam obter
autorização de uso emergencial nos EUA ainda neste mês. A FDA, agência
regulatória dos Estados Unidos, já anunciou que qualquer vacina deve
comprovar 50% de eficácia antes de ser liberada. Além disso, as empresas
testando as vacinas devem rastrear metade de seus participantes para
efeitos colaterais por pelo menos dois meses – o período de tempo em que
problemas costumam aparecer. A Pfizer espera atingir essa marca no
final deste mês. Segundo a farmacêutica, não houve casos graves de
Covid-19 entre os participantes até agora. A agência regulatória
americana também exige que as vacinas candidatas no país sejam estudadas
em pelo menos 30 mil pessoas. Os estudos devem incluir, além de adultos
mais velhos, outros grupos de risco, como minorias e pessoas com
problemas crônicos de saúde.(G1)
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