MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Pesquisadores pedem recuo da flexibilização no Rio de Janeiro devido ao avanço do coronavírus

 


Grupo da UFRJ sugere medidas urgentes para conter número de casos

Agência Brasil
BAHIA.BA 
Foto: Ascom Sesab
Foto: Ascom Sesab

 

O avanço da pandemia de coronavírus no Rio de Janeiro levou pesquisadores do Grupo de Trabalho Multidisciplinar para o Enfrentamento da Covid-19, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a recomendarem medidas urgentes para conter o número de de casos, óbitos e internações verificado em novembro.

A ampliação do número de leitos e da testagem, o fechamento das praias, a suspensão de eventos e a limitação do horário de funcionamento dos estabelecimentos, com fiscalização rigorosa estão entre as orientações.

“No Brasil, assistimos ao aumento acelerado de casos, sem ter ocorrido o término da primeira onda. Os dados sugerem uma nova onda sobrepondo-se à primeira. Isso torna o problema mais grave e complexo. A população está há mais de oito meses com restrições de mobilidade. No entanto, muitos, especialmente os mais jovens, têm se aglomerado em festas, bares, praias e outros eventos sociais. O processo eleitoral, fundamental à democracia, também gerou aglomerações. Atualmente, a mobilidade no estado do Rio de Janeiro tende a se aproximar daquela de antes da decretação do isolamento social”, avalia nota técnica assinada pelo grupo.

Os especialistas ressaltam que declarações de autoridades afirmando que não haverá recuo na flexibilização agravam o problema.

Lockdown
As recomendações incluem a avaliação de um decreto de lockdown [confinamento rigoroso] caso o cenário epidemiológico da doença se mantenha ou se agrave. Os cientistas consideram que a situação do município do Rio é muito preocupante, já que há um aumento sustentado de casos desde 10 de outubro. O documento acrescenta que o número de testes positivos de covid-19 no Centro de Triagem e Diagnóstico (CTD) da UFRJ também cresceu de forma sustentada desde outubro.

“Como reflexo disso, existe grande sobrecarga nas emergências dos hospitais e das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). O risco de ocorrerem óbitos sem que o paciente seja internado é elevadíssimo. São dados extremamente preocupantes. Estamos evoluindo em curto período para o colapso da rede de assistência aos pacientes, especialmente os mais graves”, alerta o documento.

As recomendações relacionadas ao serviço de saúde são a abertura imediata de leitos hospitalares, a contratação de profissionais e a aquisição de equipamentos e insumos para esses leitos, a realização de testagem por RT-PCR de todos os casos suspeitos e o rastreio e isolamento de quem teve contato com os casos confirmados.

Os pesquisadores recomendam ainda o reforço das campanhas sobre as medidas preventivas e a ampliação da oferta de transporte público, que a nota técnica considera provável foco de disseminação do vírus.

Em relação às medidas de flexibilização, os especialistas consideram que é preciso fiscalizar rigorosamente estabelecimentos abertos e limitar seu horário de funcionamento, o fechamento das praias e a suspensão imediatas de eventos sociais, esportivos e culturais.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Estado de Saúde respondeu que não há novas decisões tomadas a respeito do isolamento social. Já a Secretaria Municipal de Saúde respondeu que a prefeitura do Rio “permanece em atenção máxima, com monitoramento constante da evolução dos casos e do comportamento da doença na cidade e no mundo, para tomar as decisões”.

Está marcada para amanhã nova reunião do conselho científico da prefeitura, e novas medidas em relação à flexibilidade poderão ser tomadas, segundo a secretaria. Além disso, prefeitura e governo do estado tem negociado a ampliação de leitos nas unidades municipais.

“A Prefeitura do Rio foi o ente que mais abriu leitos para o combate à Covid-19 na rede SUS da capital e a única que mantém um hospital de campanha em funcionamento [no Riocentro] e uma unidade de referência [Hospital Ronaldo Gazzola]. Somente nas duas últimas semanas, foram abertos na rede municipal 37 novos leitos de UIT para Covid-19. Os hospitais da prefeitura têm hoje 918 leitos para tratar a doença, sendo 288 leitos de UTI”, diz a nota.

Sobre as estruturas para o diagnóstico da doença, a prefeitura afirmou que criou 11 centros de imagem com tomógrafos, que realizaram mais de 13 mil exames. “Além disso, mais de 230 mil exames – entre PCR e teste rápido – já foram feitos”.

Espera por leitos de UTI
A taxa de ocupação dos leitos de UTI de Covid-19 no Rio de Janeiro se mantém acima dos 90% apesar da abertura de novos leitos no fim de semana. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 93% das vagas para pacientes graves estão ocupadas, com 548 pessoas internadas.

Na manhã de hoje, 259 pessoas esperavam para ser transferidos para leitos de Covid-19 na capital e na Baixada Fluminense. Entre elas, 164 precisavam de leitos de UTI. Segundo a secretaria, as pessoas que aguardam vagas de terapia intensiva estão sendo assistidas em leitos de unidades pré-hospitalares, com monitores e respiradores.

No estado do Rio de Janeiro, 341 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardam transferência para leitos de internação, sendo 119 para enfermaria e 222 para UTI, segundo a Secretaria de Estado de Saúde.

Na rede estadual de saúde, a taxa de ocupação das vagas para Covid-19 está em 70% em leitos de enfermaria e 81% em leitos de UTI.

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