Sem dúvida o juiz brasileiro que mais se dedicou ao combate
à corrupção em todos os tempos foi
Sérgio Moro,então juiz titular da 10ª Vara Federal de Curitiba,concentrando,por
prevenção de juízo,a maioria dos processos criminais provenientes da chamada
Operação Lava Jato, desencadeada pela Polícia e Ministério Público federais.
Com seu incansável trabalho contra a corrupção ,levado a
efeito no período governado pelo PT/MDB,
de 2003 a 2018,certamente esse juiz se
constituiu,mesmo que indiretamente, no maior “cabo eleitoral” da campanha
presidencial do “capitão” Jair
Bolsonaro,que se autodeclarava o
opositor Nº 1 do PT/MDB,e que acabou vencendo o pleito eleitoral de outubro de 2018,com boa margem
de vantagem. É por isso que em grande parte Bolsonaro deve a sua eleição a
Sérgio Moro.
Apostando na boa imagem do Juiz Moro perante a opinião
pública ,“independente” do PT,nada mais natural que acabasse surgindo um
convite para que Moro integrasse o Governo de Bolsonaro,assumindo o cargo de
Ministro da Justiça e Segurança Pública,o que se consumou,visto que esse seria
um nome que só teria a “somar”,com
grande prestígio popular do homem que teve a coragem de condenar e mandar para
as grades o “deus” da esquerda ,o ex-Presidente Lula da Silva, que mais tarde,
dentro daqueles “esquemões” que correm no STF, acabou sendo solto pelos juízes
“apadrinhados” do seu partido,o PT,e outros
que aderiram.
Olhando nos pormenores a atual composição do Supremo,a gente
fica até em dúvida se o Ministro “de merda”,segundo o jurista Saulo Ramos,prestes
a se aposentar,seria o “decano” do STF, ou o decano seria a “cara” própria desse
tribunal.
Embora se compreenda perfeitamente a ambição natural do Juiz
Moro de finalizar a sua magnífica
carreira na magistratura como Ministro do STF - e duvido que não seja a meta de
qualquer outro juiz- deveria ele estar consciente que nesse ambiente ele jamais
se sentiria muito à vontade, confortável, visto as evidentes objeções que antecipadamente já surgiram ao
seu nome nesse “covil”, onde ele passaria a ser um “peixe-fora-d’água”,e seria
forçado a fazer “política”,não mais “justiça”, como ele estava acostumado.
Mas a gestão de Moro no Ministério acabou sendo sabotada e
boicotada. Os projetos contra a corrupção que teve a iniciativa acabaram
virando em leis “pró-corrupção”. E o Presidente Bolsonaro, tentando “salvar” o
seu Governo, cedeu totalmente à sua oposição política no Congresso,formada
pelos políticos “lacaios” da esquerda e do “centrão”,”atropelando” todo o
trabalho moralizador de Moro.
Essa desculpa “esfarrapada” que Moro teria “traído” o
Governo,ou o Presidente Bolsonaro,é pura conversa para boi dormir. Bolsonaro
forçou o pedido de demissão de Moro,não respeitando a promessa de dar-lhe
autonomia no combate à corrupção. A “gota d’água” deu-se com a demissão do
Diretor da PolíciaFederral,que Moro considerava o homem “chave” na sua proposta
de combate ao crime na política.
Portanto,na “guerra” entre Moro e a corrupção ,esta representada
pela esquerda e pelo “centrão”, Bolsonaro ,no caso como “juiz”,decidiu pela
vitória da corrupção,traindo não só Sérgio Moro,como também os seus “babacas”
(inclusive “jo”) 57 milhões de eleitores.
Portanto não foi Moro quem traiu Bolsonaro,como assegura tanto a mídia da esquerda/centrão
,quanto a mídia “bolsonarista” (de fidelidade canina).
Foi Bolsonaro quem traiu Moro, depois de usá-lo para fins eleitorais,e depois jogá-lo
fora,como absorvente feminino usado.Portanto, o “pedido de
demissão” de Moro ,na verdade uma demissão,foiplanejado,conduzido,nos mínimos
detalhes, destinado à uma pessoa de caráter, algo cada vez mais raro na
política.
Mas o que tem sido realmentelamentável e insuportável é o
tratamento absolutamente desrespeitoso e tendencioso dado por certa
mídia e políticos que “comeram e viraram o cocho” de Sérgio Moro.
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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