Verônica já pagou cerca de R$ 6 mil por vacinas de Lorenzo; luta agora é para imunizá-lo contra meningite
Para Feliciano Abreu, coordenador do Mercado Mineiro, tamanha diferença é inexplicável. “Se você vai em um laboratório e determinada vacina custa R$ 30, vai em um outro e custa uns R$ 90, você tem que ser imunizado do mesmo jeito em ambos, não existe uma diferença de eficácia que justifique tamanha discrepância, não é como se no mais barato você saísse só 70% imunizado”, contesta Abreu.
Ele acredita que falta informação para a população sobre esse mercado, o que muitas vezes contribui para as discrepâncias de preço. O fenômeno atinge especialmente pais, temerosos em optar por uma proteção de qualidade aparentemente menor para os filhos.
A pesquisa também verificou a variação dos preços médios das vacinas em relação ao ano passado. “Algumas sobem muito e outras caem muito. Em geral, o preço está razoável”, analisa Abreu.
A maior variação negativa foi da vacina para gripe - Influenza (Tetravalente), que caiu de R$ 96,62 para R$ 62,50 (redução de 35,35%). Já o aumento mais gritante foi registrado na vacina contra Meningite C, que pulou da média de R$ 215,75 no ano passado para R$ 306,67 (alta de 42,14%).
É a mesma vacina que se destaca entre as maiores variações de preços, quando analisados valores de cada laboratório. O mais baixo encontrado foi de R$ 200 e o maior, de R$360, com uma variação de 80%. A vacina para Gripe - Influenza (Tetravalente) custa entre R$50 e R$90.
Entre as doses que mais se distanciam em preços estão a BCG (contra tuberculose), com valores que podem ir de R$50 a R$128 (156%), e a contra pneumonia(pneumo 23), que vai de R$ 90 a R$ 195 (variação de 116%)
A vacina contra o rotavirus (GSK), com duas doses, custa de R$ 210 a R$440 (diferença de 109%) e a vacina contra Hepatite ‘A’ Adulto, que varia 62%, tem preços entre R$110 e R$179.
“O objetivo da pesquisa é alertar o consumidor, que tem criança pequena, recém-nascido, e que gasta muito com essas vacinas. Existe uma diferença muito grande de preços, e muitas vacinas você precisa aplicar inúmeras vezes”, pontua Feliciano Abreu.
É o caso da empresária e assistente social Verônica Fiorini, de 25 anos. Mãe de Lorenzo, com 8 meses, ela calcula já ter desembolsado cerca de R$ 6 mil com as vacinas da criança, custo que não é ressarcido pelo plano de saúde. E ainda enfrenta um problema relativo à vacina contra meningite ACWY, não ofertada pela rede pública, e em falta nos laboratórios particulares de BH.
“Aí, tivemos que pagar adiantadamente para reservar uma vacina cara, mas, até agora, nada”, diz.
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