Foto: Fabio Motta/Estadão
Hamilton Mourão
O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão,
classificou nesta quarta-feira, 26, como criminoso o vazamento de
supostas mensagens trocadas entre procuradores da República e o ministro
da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, enquanto era juiz da Lava
Jato. Mourão considerou que, se existem “indícios ou dados de que
irregularidades foram cometidas”, a “forma correta” seria juntar a
documentação e entregar ao Ministério Público para uma investigação. O
vice de Jair Bolsonaro pontuou também que a divulgação das supostas
mensagens trocadas se dá sem que a “imensa maioria da população” entenda
se as frases estão dentro de um contexto e se elas são de fato reais.
Esta situação, argumentou Mourão, não presta “nenhum serviço ao País”.
As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Gaúcha. “Esses
conteúdos considero na minha visão muito clara são um crime que vem
sendo cometido, porque se existem indícios ou dados de que
irregularidades foram cometidas, a forma correta de lidar com isso é
juntar essa documentação e entregar ao Ministério Público de modo que se
investigue e a partir daí se tome dentro do devido processo legal as
providências cabíveis”, disse. “Nós estamos vendo um ato criminoso,
sendo divulgado sequencialmente sem que a imensa maioria da população
entenda se aquelas frases estão dentro do contexto, se aqueles dados são
realmente reais, não foram periciados, ou seja, não está prestando
nenhum serviço ao País”, continuou Mourão, afirmando ainda que, se o
conteúdo é verdadeiro, ele foi roubado de celulares de autoridades
públicas. “Isso é um crime”. Na mesma linha de Mourão, Moro também tem
afirmando que a situação envolvendo o vazamento das mensagens é
criminoso. O ministro da Justiça diz não ser possível garantir a
autenticidade das mensagens, pois apagou o aplicativo usado na época e
não tem mais os registros. O ex-juiz nega também qualquer atitude contra
a lei. Na semana passada, em audiência na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado, Moro também sugeriu que o site The Intercept
Brasil, que divulgou as supostas mensagens, entregasse o material as
autoridades. “Então, o site apresente tudo, e aí a sociedade vai poder
ver de pronto se houve alguma incorreção da minha parte. Eu não tenho
nenhum apego pelo cargo em si. Apresente tudo, vamos submeter isso ao
escrutínio público. E, se houve ali irregularidade da minha parte, eu
saio, mas não houve, porque eu sempre agi com base na lei”, disse o
ministro na CCJ. Na entrevista concedida nesta quarta-feira, Mourão Fez
ainda elogios ao ministro da Justiça. O presidente em exercício disse
que Moro tem a “coragem e a determinação para levar” em frente o que
está dentro da lei. “Pelo conhecimento e pela convivência vemos que ele é
uma pessoa extremamente resiliente, pessoa tranquila como mostrou na
CCJ do Senado, e tem a coragem e determinação para levar avante aquilo
que está dentro da lei”, disse o presidente em exercício.
Estadão
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