MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 27 de junho de 2019

‘Meu caso é mais um, é banal’, diz Santos Cruz sobre saída do governo Bolsonaro

POLITICA LIVRE
O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz deu não apenas um sorriso, algo raro em suas aparições, mas uma indiscreta gargalhada ao citar o cantor Reginaldo Rossi para falar, durante um evento em São Paulo, de sua saída do governo Jair Bolsonaro (PSL). “Como diria Reginaldo Rossi: meu caso é mais um, é banal”, afirmou o ex-titular da Secretaria de Governo à plateia do congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), nesta quinta-feira (27), em uma universidade na zona sul da capital. “É da música ‘Garçom'”, completou após declamar o verso, para risos do auditório. “Eu gosto de música também.” O militar disse que não sabe o motivo pelo qual foi afastado e que Bolsonaro “não falou nada” ao dispensá-lo, mas “é direito dele” fazer mudanças na equipe. “Não vou criticar a forma [da demissão] para não ser antiético, mas trocar ministros ou técnicos do governo é absolutamente normal.” Ele relatou que, quando encontrou o presidente no dia da exoneração, já tinha ouvido do ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) que seria dispensado. Decidiu então poupar o antigo chefe de “situação constrangedora” e não inquiri-lo sobre as razões. Bolsonaro demitiu Santos Cruz no dia 13 de junho. Foi a terceira queda de membro do primeiro escalão do governo em menos de seis meses de mandato. A saída foi atribuída a uma série de crises com os filhos do presidente, além de um embate com o escritor Olavo de Carvalho, guru dos bolsonaristas. Santos Cruz afirmou desconhecer os porquês da demissão. O ex-ministro evitou responder diretamente sobre filhos do presidente e minimizou o embate com o ideólogo. Indagado sobre Olavo, preferiu o silêncio. “Não vou discutir sobre essas personalidades públicas, porque senão eu teria que baixar muito aqui o nível do meu palavreado”, provocou, aludindo aos palavrões comumente usados pelo escritor. Na saída, questionado por repórteres, voltou a criticar o excesso de conflitos provocados pelo uso intenso de redes sociais no atual governo. “Existe uma periferia de fofocagem que às vezes faz uma fumaceira que você não consegue enxergar aquelas coisas boas que estão sendo feitas.” “Precisa tuitar menos?”, questionou uma jornalista. “Falar menos, tuitar menos, tudo… Não é bem ‘menos’. Talvez de maneira mais positiva, né?”, respondeu o general.

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