Foto: Estadão
Militares venezuelanos desertores são recebidos no abrigo da Operação Acolhida em Pacaraima, Roraima, no domingo
Pelo menos 162 militares venezuelanos abandonaram seus cargos e
fugiram para o Brasil e para a Colômbia desde sábado, quando agentes da
Guarda Nacional Bolivariana (GNB) fizeram cordões de isolamento na
fronteira da Venezuela com os dois países, impedindo a entrada de ajuda
humanitária, e reprimiram, em alguns casos com violência, manifestações
de apoio ao líder opositor Juan Guaidó. Destes casos, 156 foram
registrados nas passagens que ligam regiões venezuelanas aos Estados
colombianos de Norte Santander e Arauca, que receberam 146 e 10
desertores, respectivamente. Em Pacaraima, no Brasil, buscaram proteção 6
sargentos das Forças Armadas do país vizinho. Os casos mais recentes
foram registrados nesta segunda-feira, 25, quando três sargentos da
Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) desertaram e fugiram da
Venezuela para o Brasil. Eles vieram por trilhas na vegetação rasteira,
conhecida na região como “lavrado”, e foram encontrados por uma patrulha
do Exército que fazia inspeções de rotina na fronteira. Um deles
apresentava sinais de desidratação, com enrijecimento muscular. Com
isso, chega a seis o número de desertores na fronteira brasileira desde
que a oposição tentou entrar com ajuda humanitária na Venezuela, todos
com a patente de sargento. No domingo, três membros da GNB também
entraram no país depois de deixarem seus cargos descontentes com a
gestão da crise por Caracas e com a situação geral do país. “Nos
quartéis militares, não há comida. Não tem colchões. Nós, sargentos da
Guarda Nacional (Bolivariana, GNB), estamos dormindo no chão”, contou o
sargento Carlos Eduardo Zapata, um dos três primeiros a chegar ao
Brasil. Oficialmente, a fronteira venezuelana com o Brasil continua
fechada desde quinta-feira por decreto do presidente Nicolás Maduro. A
passagem com a Colômbia foi totalmente bloqueada na noite de
sexta-feira, após a realização do Venezuela Live Aid em Cúcuta, cujo
objetivo é arrecadar US$ 100 milhões em 60 dias para fornecer ajuda aos
venezuelanos.
Estadão
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