Agora que a ex-presidente virou ré, como fará a Justiça para decifrar depoimentos em dilmês?, pergunta Augusto Nunes:
Só Dilma Rousseff
fala dilmês ─ um estranhíssimo subdialeto que não faz sentido por ser
uma procissão de falatórios sem pé nem cabeça. Algumas frases começam
mas não terminam. Outras terminam sem ter começado. Muitas são
interrompidas por pausas bêbadas que precedem mudanças de assunto, de
tom, de direção. Nenhuma frase diz coisa com coisa. Só Dilma, ou nem
ela, sabe o que quis dizer, mas não foi dito, porque alguma coisa
acontece entre a ordem dada pelo cérebro deserto de neurônios e o que
sai pela boca.
Como esse assombro
linguístico é falado apenas por quem o inventou, o dilmês não tem
tradutores nem intérpretes. Não pode ser traduzido o que ninguém
entende. Feita a constatação, vem a pergunta inevitável: agora que Dilma
virou ré, como fará a Justiça para decifrar depoimentos em dilmês? Se o
juiz quiser, por exemplo, pedir-lhe explicações sobre contratos da
Petrobras superfaturados em 30%, poderá ouvir uma preciosidade que há
muito tempo faz sucesso na internet.
“A Petrobras tem o
direito a 30% de uma parcela de 25% a 30%. É isso que é o pré-sal. Tirar
a Petrobras de 30% não é tirar de 30%, é tirar de 7,5% ou 12,5%. E, com
isso, é um desconhecimento porque poucas empresas do mundo a Petrobras é
uma”. Parece mentira, mas é isso o que Dilma aparece dizendo no vídeo
antológico.
Com declarações desse teor, ela pode até livrar-se da cadeia. Mas não vai escapar de uma longa temporada em algum hospício.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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