Postado em 01/05/2018 9:21 DIGA BAHIA!
Amigo
do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), o economista Carlos
Miranda afirmou em seu acordo de delação premiada que a propina paga
pela Federação das Empresas de Transportes do Rio (Fetranspor) a
deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) era repartida por
Cabral, conforme o “grau de influência” e “importância” de cada
parlamentar na Casa.A federação, segundo Miranda, abasteceu mensalmente os deputados de R$ 500 mil a R$ 1 milhão, de 1995 a 2002, quando Cabral presidia a Casa. Apontado como “homem da mala” do ex-governador, o economista faz esse relato no anexo n.º 48 de sua delação, obtida pelo Estado.
O delator afirmou que Cabral e o hoje presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani (MDB), “que eram os principais líderes da Alerj à época”, conduziam “as negociações”. Ele não citou os nomes dos deputados beneficiados, mas contou que Cabral ficava com a maior parcela “por ser presidente do órgão”.
“Os valores eram colocados em envelopes e distribuídos dentro da Alerj, na sala da presidência ou, eventualmente, nos gabinetes dos deputados beneficiados”, diz o trecho da delação fechada com o Ministério Público Federal (MPF).
Em troca da mensalidade paga pela Fetranspor, a Casa Legislativa garantia apoio aos interesses da entidade, que congrega dez sindicatos, como o Rio Ônibus. Estes sindicatos reúnem mais de 200 empresas de transporte por ônibus, que respondem por 81% do transporte público regular no estado do Rio. Miranda afirmou que teve um contato mais próximo com os pagamentos em 1997, quando Cabral o chamou para trabalhar na Consultoria de Orçamento e Finanças da presidência da Alerj. O contato de Cabral era feito por meio de José Carlos Lavouras, ex-presidente do Conselho de Administração da Fetranspor, denunciado na Operação Ponto Final.
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