Coluna do jornalista Carlos Brickmann de 30 de maio:
A crise causada no
país pela paralisação dos caminhoneiros foi obra de três presidentes:
Lula, Dilma e Temer. Começou em 2008: para dar um impulso à economia, e
aproveitando que as fábricas de caminhões tinham capacidade ociosa, o
Governo Lula ofereceu juros baixíssimos aos compradores. As fábricas
venderam e a frota cresceu 40% de lá para cá. Mas a economia só subiu
11% (os dados são do professor Samuel Pessoa, do Insper). Há caminhões
sobrando – o que derrubou o valor dos fretes.
O Governo Dilma, para
mascarar a inflação, manteve artificialmente baixo o preço dos
combustíveis. A Petrobras acumulou prejuízos, que lhe custam altos juros
(e ainda houve o Petrolão, que ordenhou a empresa).
O Governo Temer
entregou a um executivo de primeira linha, Pedro Parente, a tarefa de
recuperar a Petrobras, cobrindo os prejuízos passados e dando lucro.
Parente cumpriu a tarefa: o diesel e a gasolina passaram a ter preços
fixados dia a dia, com base na cotação do petróleo (em alta). O diesel
aumentou de três em três dias, de 3 de julho de 2017 para cá. O preço
subiu até 30%, contra inflação de uns 2%. Os transportadores foram
sufocados: diesel mais caro, fretes mais baratos. O Governo não se
preocupou com o problema: não houve qualquer movimento para permitir que
o setor continuasse viável. Quebrados, os caminhoneiros venderam seus
veículos para as grandes empresas – capazes de paralisar o país.
De boas intenções…
Todas as medidas,
diga-se, foram tomadas com a melhor intenção. Dar um impulso à economia,
segurar a inflação, recuperar a Petrobras. Só que o mundo é mais
complexo do que imaginam os planejadores voluntaristas.
…há um lugar cheio
O presidente da
Petrobras, Pedro Parente, mostra o caminho que poderia ter sido seguido
para que a recuperação da empresa fosse mais indolor: “Culpar a
Petrobras pelos preços considerados altos nas bombas é ignorar a
existência dos outros atores, responsáveis por dois terços do preço da
gasolina e metade do preço do diesel”.
Baixar impostos, só sob pressão.
Alô, alô
Talvez este colunista
tenha se distraído e passado por cima da notícia. Mas não se lembra de
ter lido a lista das reivindicações dos caminhoneiros. Nem de ter lido a
nota oficial do Governo anunciando quais reivindicações foram
atendidas. Como diria o gato de Alice no País das Maravilhas, se você
não sabe aonde vai, não importa o caminho que vai tomar.
As hordas
Que não temos
Governo, já sabíamos: um presidente assessorado por Moreira Franco,
Eunício, pelo inacreditável Carlos Marun (até Geddel é melhor!) não pode
saber o que fazer. O problema é que os caminhoneiros também não têm
líderes: o grupo que negocia com o Governo concorda em suspender a
paralisação, mas a paralisação continua. Situação complicada: se os dois
lados não têm líderes, quem é que pode chegar a um acordo?
O ânimo do presidente
Josias de Souza (https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/),
repórter respeitado, diz que um auxiliar de Temer, em conversa
telefônica com um congressista, disse na noite de segunda que o
presidente tem dado sinais de desânimo. Acredita que o motivo é a
paralisação dos caminhoneiros e seu efeito sobre o desempenho da
economia neste ano. O principal troféu de Temer é a recuperação da
economia. Já não era lá essas coisas, mas com os atuais problemas a
previsão de crescimento deve ser revista para baixo.
Temer tem outro
problema sério: quando deixar a Presidência, estará sujeito aos juízes
de primeira instância. E tem inquéritos a esperá-lo.
Bolsonaro acordou
Bolsonaro rejeita uma
intervenção militar. Claro: se houver intervenção, o país será
governado por um general, não por um capitão deputado.
Capital: Jerusalém
Pesquisa realizada
pela Toluna, multinacional de pesquisas especializada em entender os
desejos dos consumidores e as eventuais mudanças em suas expectativas,
revela que a maioria simples da população brasileira acredita que
Jerusalém deve ser a capital de Israel. No total da pesquisa, 27% dos
entrevistados. E 7% acreditam que deva ser a capital de um Estado
palestino.
Durante os últimos 50
anos, Jerusalém foi escolhida por Israel como sede do Governo, mas as
embaixadas se fixaram na antiga capital, Tel Aviv. Em maio último, os
Estados Unidos transferiram sua embaixada para Jerusalém como parte da
comemoração dos 70 anos de independência de Israel. A embaixada
brasileira continua em Tel Aviv.
Jerusalém como
capital de Israel é a posição favorita da população do Brasil; em
segundo lugar, quase empatada, está Jerusalém como capital de Israel e
da Palestina.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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