Os eleitores enterraram o
sonho do tiranete Rafael Correa de concorrer a um novo mandato. É o fim
do ciclo nacional-populista, comenta editorial do jornal O Globo. Agora
só falta enterrar o lulopetismo, representante do nefasto
bolivarianismo no Brasil:
A decisão do eleitor
equatoriano de proibir, em referendo, o exercício ilimitado de mandatos
presidenciais representa uma derrota política para o ex-presidente
Rafael Correa e acrescenta mais um revés ao ciclo de desprestígio
bolivariano no continente. A medida fecha a porta às pretensões de
Correa de retornar à Presidência, como pretendia, após o rompimento com o
atual ocupante do cargo, Lenín Moreno, seu ex-aliado político. Com 63%
dos votos, os equatorianos também aprovaram a reestruturação do Conselho
de Participação Cidadã, uma invenção do ex-mandatário para indicar
nomes para instituições, como o Ministério Público e o Conselho
Eleitoral.
Segundo afirmou ao
GLOBO o cientista político Santiago Casabe, embora não se possa falar no
fim de Correa como ator político, o resultado da votação é um
importante fiasco, pois impede que ele concorra à Presidência em 2021.
Para analistas, além de pôr fim a uma das marcas do bolivarianismo — a
reeleição eterna —, a vitória de Moreno possibilitará a recomposição da
maioria governista na Assembleia, hoje dividida entre partidários de
Correa e do atual presidente. Isso pode facilitar a aprovação no
Legislativo de medidas para reduzir o déficit fiscal.
Correa vê no
resultado uma conspiração urdida para anular seus direitos políticos. “É
a nova estratégia da direita para destruir os dirigentes progressistas,
como fizeram com Dilma, Lula ou Cristina (Kirchner, na Argentina)”,
disse ele. Tal discurso, porém, não esconde o fato de que o ciclo do
nacional-populismo bolivariano esgotou-se, como se pode ver em vários
países, após mais de uma década de experiências perigosas, que colocaram
em risco instituições republicanas e a democracia, além de dilapidar a
economia mediante projetos insustentáveis.
No Brasil, a nova
matriz econômica de Dilma levou o país ao abismo, conduzindo-a ao
impeachment. Some-se a isso condenação do ex-presidente Lula na Justiça.
A decisão, vencidos os recursos cabíveis, impede sua candidatura à
reeleição sob os termos da Lei da Ficha Limpa.
Na Argentina, a
ex-presidente e atual senadora Cristina Kirchner também denunciou o
conchavo das elites. Mas a verdade é que seu sucessor, Mauricio Macri,
por meio de ajustes para equilibrar as finanças, vem tirando a Argentina
do caos.
Na Bolívia,
contrariando um referendo em que os eleitores lhe negaram em 2016 o
direito de disputar um quarto mandato, Evo Morales, apoiando-se numa
posição do Tribunal Constitucional, anunciou no ano passado sua intenção
de concorrer de novo à Presidência em 2019. A medida causou revolta.
Mas a situação mais grave certamente é da Venezuela, país transformado
em ditadura por Nicolás Maduro, e que caminha para a paralisia total de
sua economia.
O fôlego dos altos
preços das commodities, que financiou o sonho bolivariano, acabou. Em
seu lugar, ficou a realidade dos ajustes necessários para corrigir
tantos erros.
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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