Daniel Carvalho
Angela Boldrini
Folha
O presidente Michel Temer começa nesta semana a desenhar o mapa de substitutos dos ministros que deixarão seus cargos no início de abril para disputar as eleições. Os titulares das pastas e seus partidos já têm indicados para apresentar ao Palácio do Planalto. A lista inclui até nomes envolvidos em denúncias de corrupção.
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO – Além de ter que decidir o que fazer com os Ministérios do Trabalho e da Indústria —hoje chefiados por interinos— e com o novo Ministério da Segurança, Temer terá que escolher quem vai assumir outras 13 pastas que ficarão vagas a partir de 7 de abril, prazo para a desincompatibilização.
Nos próximos dez meses, terão novo comando devido às eleições: Esporte, Desenvolvimento Social, Turismo, Integração Nacional, Relações Exteriores, Saúde, Educação, Ciência e Comunicações, Defesa, Transportes, Meio Ambiente e Minas e Energia. A Fazenda também pode passar por uma troca, se Henrique Meirelles decidir de fato ser candidato à Presidência.
“CONTENTES” – “A ideia é que os partidos que hoje têm uma influência nos ministérios mantenham essas influências, até porque estamos contentes com o trabalho de todos. Os partidos serão ouvidos”, diz o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), responsável pela articulação política. Apesar da intenção de manter a atual distribuição das pastas, há o temor, na base aliada, de que as intenções eleitorais de Temer afetem o rearranjo na Esplanada.
Sob reserva, um líder pondera que, se realmente for disputar a reeleição, o presidente pode resolver prestigiar os partidos que se comprometerem a apoiá-lo. Como a maioria dos parlamentares pretende disputar as eleições, a tendência é que os novos ministros tenham perfil mais técnico, apesar do contorno político das indicações dos partidos.
É o que deve acontecer, por exemplo, no Ministério do Esporte. O titular, Leonardo Picciani (MDB-RJ), quer fazer o secretário-executivo, Fernando Avelino, seu sucessor. No rol de políticos que podem ser indicados aparece o deputado Jones Martins (MDB-RS), nome defendido na bancada do partido na Câmara para substituir o correligionário Osmar Terra (RS) no Desenvolvimento Social.
DENUNCIADOS – A lista de possibilidades do PR para substituir Maurício Quintella (AL) nos Transportes traz três nomes que figuraram no noticiário recente por causa de denúncias. O ex-deputado Bernardo Santana (MG) apareceu em uma lista de contribuições ilegais feitas pela Odebrecht.
O senador Wellington Fagundes (MT) depôs à Polícia Federal no inquérito que investiga se um decreto assinado por Temer beneficiou empresas da área de portos. Fagundes é apontado como interlocutor do presidente junto ao setor. Outro nome é o da ex-vice-presidente da Caixa Deusdina dos Reis Pereira. Investigada por tráfico de influência, ela foi absolvida por três votos a dois pela Comissão de Ética da Presidência.
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Angela Boldrini
Folha
O presidente Michel Temer começa nesta semana a desenhar o mapa de substitutos dos ministros que deixarão seus cargos no início de abril para disputar as eleições. Os titulares das pastas e seus partidos já têm indicados para apresentar ao Palácio do Planalto. A lista inclui até nomes envolvidos em denúncias de corrupção.
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO – Além de ter que decidir o que fazer com os Ministérios do Trabalho e da Indústria —hoje chefiados por interinos— e com o novo Ministério da Segurança, Temer terá que escolher quem vai assumir outras 13 pastas que ficarão vagas a partir de 7 de abril, prazo para a desincompatibilização.
Nos próximos dez meses, terão novo comando devido às eleições: Esporte, Desenvolvimento Social, Turismo, Integração Nacional, Relações Exteriores, Saúde, Educação, Ciência e Comunicações, Defesa, Transportes, Meio Ambiente e Minas e Energia. A Fazenda também pode passar por uma troca, se Henrique Meirelles decidir de fato ser candidato à Presidência.
“CONTENTES” – “A ideia é que os partidos que hoje têm uma influência nos ministérios mantenham essas influências, até porque estamos contentes com o trabalho de todos. Os partidos serão ouvidos”, diz o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), responsável pela articulação política. Apesar da intenção de manter a atual distribuição das pastas, há o temor, na base aliada, de que as intenções eleitorais de Temer afetem o rearranjo na Esplanada.
Sob reserva, um líder pondera que, se realmente for disputar a reeleição, o presidente pode resolver prestigiar os partidos que se comprometerem a apoiá-lo. Como a maioria dos parlamentares pretende disputar as eleições, a tendência é que os novos ministros tenham perfil mais técnico, apesar do contorno político das indicações dos partidos.
É o que deve acontecer, por exemplo, no Ministério do Esporte. O titular, Leonardo Picciani (MDB-RJ), quer fazer o secretário-executivo, Fernando Avelino, seu sucessor. No rol de políticos que podem ser indicados aparece o deputado Jones Martins (MDB-RS), nome defendido na bancada do partido na Câmara para substituir o correligionário Osmar Terra (RS) no Desenvolvimento Social.
DENUNCIADOS – A lista de possibilidades do PR para substituir Maurício Quintella (AL) nos Transportes traz três nomes que figuraram no noticiário recente por causa de denúncias. O ex-deputado Bernardo Santana (MG) apareceu em uma lista de contribuições ilegais feitas pela Odebrecht.
O senador Wellington Fagundes (MT) depôs à Polícia Federal no inquérito que investiga se um decreto assinado por Temer beneficiou empresas da área de portos. Fagundes é apontado como interlocutor do presidente junto ao setor. Outro nome é o da ex-vice-presidente da Caixa Deusdina dos Reis Pereira. Investigada por tráfico de influência, ela foi absolvida por três votos a dois pela Comissão de Ética da Presidência.
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