Incapazes de mobilizar soldados em número suficiente para lotar um barracão de escola de samba, os generais do exército do Stédile encarregados
de manter em liberdade o ex-presidente Lula decidiram abrir uma nova
frente de combate. A senha para a mudança de estratégia foi dada no
Twitter pela senadora Gleisi Hoffmann: “Alguém tem de explicar para o sr
Sérgio Moro que o povo, q ganha salário mínimo, não tem esses
artifícios para se proteger. O salário mínimo não terá reajuste. Aliás,
grande parte das pessoas está desempregada. O sr ganha bem mais de $ 30
mil. Que vergonha esse argumento!”
A presidente do PT,
mais conhecida no Departamento de Propinas da Odebrecht pelos codinomes
Amante ou Coxa, disparou a bala de festim ao saber que o juiz Sérgio
Moro recebia o auxílio-moradia de R$ 4.377, mesmo sendo proprietário de
um apartamento em Curitiba. “O auxílio-moradia é pago indistintamente a
todos os magistrados”, argumentou Moro. “Embora discutível, compensa a
falta de reajuste dos vencimentos desde 1º de janeiro de 2015 e que,
pela lei, deveriam ser anualmente reajustados”. Desde outubro de 2014, a
lei determina que a verba seja concedida a todos os juízes que moram em
locais onde não há imóvel funcional, tenham ou não residência própria.
Contemplada com um
salário oficial de R$ 33.763, Gleisi ocupa um apartamento funcional de
230 metros quadrados numa área nobre em Brasília e não recebe
auxílio-moradia. Em contrapartida, em 2017 torrou R$ 375.526,03,
extraídos da “cota para o exercício da atividade parlamentar”, em
aluguel de imóveis, locomoção, hospedagem, combustível e alimentação. O
item “passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais” engoliu R$
157.565,08. Só em março foram para o ralo R$ 26.451,86. Ou R$ 853 por
dia.
Outro campeão dos
ares é o senador petista Lindbergh Farias. No ano passado, o Lindinho
das propinas da Odebrecht gastou com passagens R$ 279.407,16 de um total
de R$ 379.057,15. Em outubro o desperdício atingiu R$ 51.379. Ou R$
1.657 por dia — bem mais que o salário mínimo de R$ 954.
Dono de um imóvel em
Brasília, localizado no Lago Sul e avaliado em R$ 285 mil, o senador
Paulo Paim não abriu mão do auxílio-moradia de R$ 5,5 mil mensais. Em
2017, o petista gaúcho gastou R$ 430.144,46 bancados pela rubrica “cota
parlamentar”. Paim queimou R$ 121.906,92 em locomoção, hospedagem,
alimentação e combustíveis. A farra não inclui os R$ 79.498,38 extras
gastos com “Correios” em plena era da informática.
Incluindo salário,
despesas com saúde, verba para a contratação de pessoal e mais o cotão,
cada senador custa cerca de R$ 165 mil por mês, patrocinados
involuntariamente pelos pagadores de impostos. Em conjunto, os 81 pais
da pátria atingem uma quantia salgada: R$ 160 milhões por ano. Ou 13,5
milhões por mês. Ou R$ 438 mil por dia. Ou R$ 18.264 por hora. Ou R$ 304
por minuto.
Diante de cifras tão
exorbitantes, Gleisi deveria ouvir a própria recomendação: “O povo, que
ganha salário mínimo, não tem esses artifícios para se proteger”. Até
agora, os generais do exército de Stédile só esbanjaram eficiência na
devastação dos cofres públicos.

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