Dez trabalhadores foram resgatados de uma fazenda em Uruçuca, nesta
sexta-feira (1º), onde eram mantidos em condição análoga à de
escravidão. A liberação dos funcionários fez parte de uma operação do
Ministério Público do Trabalho em conjunto com a Polícia Federal e
Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo o auditor fiscal trabalho
Alessandro de Barros Pazuello, as condições dos trabalhadores da fazenda
eram precárias. “Do ponto de vista de água, de banheiro, de higiene do
alojamento, que estava muito ruim. As condições gerais de trabalho,
equipamentos de proteção e principalmente a questão de salário, porque o
pessoal estava ganhando abaixo de meio salário mínimo”, afirmou. Um dos
trabalhadores resgatados contou que viva em desespero. “Chorava.
Chorava muitas vezes, e me apegava à palavra de Deus, para poder o
socorro vir até nós”, falou. O trabalhador disse que durante ano ano e
meio ele, a mulher e quatro filhas passaram os dias sem banheiro, nem
água potável. Além disso, tinham que improvisar o banho em uma represa
e, para beber, pegavam água numa cisterna suja. Além dele, mais nove
trabalhadores, alguns solteiros, outros com famílias, enfrentavam essa
mesma realidade. Depois de terem sido retirados da fazenda, os
trabalhadores vão receber três parcelas de seguro desemprego, e alguns
vão para o centro de referência de assistência social (Cras) de Itabuna.
De acordo com auditor fiscal do trabalho, o dono da fazenda vai
responder por crime de trabalho escravo. “A gente vai proceder com a
rescisão dessas pessoas. Se a empresa quiser contratá-los, vai ter que
fazer da forma correta. A empresa vai ser autuada, vai estar ser gerada
uma multa. Também vai ser gerado um relatório para o Ministério Público
do Trabalho, e a empresa vai responder por crime do ponto de vista de
submeter o trabalhador à condição análoga de escravo”, afirmou Pazuello.
(TV Santa Cruz)
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