"Seu Magui" aposta na qualidade do serviço para enfrentar Uber
“Seu Magui” aposta na qualidade do serviço para enfrentar o Uber
Taxistas apontam vários entraves para que o aplicativo Uber não repita em Itabuna o mesmo sucesso que faz em outras cidades brasileiras. Entre os empecilhos citados estão o preço do combustível, percurso curto, falta de usuários no chamado “ponto de retorno”, poucos veículos disponíveis em bom estado de conservação e baixo valor repassado para os motoristas do aplicativo.
Taxistas com mais de 10 anos de praça citam que cerca de 90% das corridas em Itabuna são curtas e custam de R$ 10 a R$ 15. O percurso entre a Praça Santo Antônio e rodoviária, por exemplo, fica por R$ 12. “Esse serviço é ideal para municípios com percursos mais longos, com número maior de usuários de serviços de transporte público”, avalia Jeones Brasil, que trabalha na Praça Santo Antônio há 9 anos.
Para Magnobaldo Franco, “Seu Magui”, não tem como um motorista de Uber cobrar metade do preço praticado hoje pelos taxistas para os percursos curtos. Com 23 anos de praça, “Seu Magui” vê no Uber uma concorrência desleal e que deve perder algumas corridas, mas aposta na fidelidade dos clientes. “Principalmente, filhos de clientes que levo e busco nas escolas e também transporto para atividades extraescolares. Eles não vão confiar em qualquer pessoa”, observa.
MAIS CONFORTO
Com 19 anos de profissão, o taxista José Carlos Coelho é outro que aposta na qualidade do serviço para enfrentar o aplicativo Uber. “Não temo esse tipo de concorrência porque oferecemos um atendimento diferenciado, com veículos novos e limpos. Acabei de adquirir esse carro maior (Renault Duster), com mais espaço para bagagem. Tudo isso para garantir mais conforto aos usuários, principalmente em viagens mais longas”, explica.
Luiz aponta viagens curtas
O taxista Luiz aponta altos custos para Uber não vingar em Itabuna
Trabalhando há 22 anos como taxista, na Praça Adami, Luiz Dantas, o Lula, acredita que não tem como o Uber sobreviver em Itabuna pelos altos custos de manutenção do veículo e preço da gasolina, que está custando em média R$ 4 o litro. “Não acredito que o Uber vá transportar passageiro para bairros com número pequeno de usuários e ficar por lá esperando uma nova corrida para não ter prejuízos. Isso não vai ocorrer”, aposta.
O taxista Santiago Neto, em atividade na Praça Camacan (Otávio Mangabeira) há 42 anos, avalia que o município tem como impedir o serviço de Uber e quer a mobilização de todos os colegas para evitar mais um concorrente. “ Está difícil trabalhar como taxista porque os custos são altos e a concorrência cada vez maior. Hoje, os nossos maiores concorrentes são as locadoras de veículos”, lamenta.