A Assembléia Legislativa da Bahia instalou hoje a CPI do Cacau para
investigar denúncia sobre sabotagem às lavouras cacaueiras no sul do
Estado. Reportagem publicada pela revista “Veja” em junho, e que motivou
a abertura da CPI, apontou integrantes do PT como supostos responsáveis
pela disseminação da praga vassoura-de-bruxa (Crinipellis pernicosa) em
fazendas baianas, de 1989 a 1992. O deputado Heraldo Rocha (PFL), que
propôs a abertura da CPI, foi escolhido para presidir a comissão. A
primeira iniciativa da CPI foi convocar para depor na próxima terça o
jornalista Policarpo Junior, autor da reportagem, e Luiz Henrique Franco
Timóteo, ex-militante do PDT que, segundo a revista, confessou a
sabotagem. Também foi aprovado hoje requerimento que solicita à Polícia
Federal e ao Ministério Público Federal os inquéritos sobre o caso.
Segundo o relato de Timóteo publicado pela “Veja”, ele e mais cinco
integrantes do PT espalharam a praga na região com o objetivo de
enfraquecer o poder político dos fazendeiros. A vassoura-de-bruxa
reduziu a produção de cacau –que era de cerca de 400 mil toneladas, em
1984 e 1985– para cerca de 130 mil toneladas nos últimos anos. Geraldo
Simões, candidato a deputado federal pelo PT da Bahia e ex-prefeito de
Itabuna foi apontado por Timóteo, na revista, como idealizador da
sabotagem. Em 19 de junho, Simões negou, à Folha, envolvimento no caso.
Ele disse que não conhece Franco Timóteo e que “as acusações surgiram na
época em que o PT disputava a presidência com Fernando Collor, em 1989,
para dizer que o partido pretendia enfraquecer a lavoura e fazer
reforma agrária”. Segundo Simões, as acusações são “absurdas, porque não
é possível fazer reforma agrária na região cacaueira”. A CPI tem 180
dias para apresentar o relatório final. (Folha)
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